Geralmente os lideres africanos chegam ao poder por via da eleição, mas sempre em eleições fraudulentas que ilegitimam o seu poder, estas lideranças tem a principal característica de chegar ao poder por estas vias, e, chegado lá, fazem uma blindagem de segurança para se manter no poder vitaliciamente a força e instalar a opressão e confinar os espaços públicos para o florescimento da democracia.

Estes comportamentos criam distanciamento entre o governo e governados, criando uma instabilidade incessante em África e fazendo com que a oposição se sinta acoada, à medida que o tempo passa o povo vai despertando sobre a necessidade de respeito as liberdades individuais e demais direitos. Com a ausente falta de diálogo nos países africanos com linhagem ditatorial cresce sempre a necessidade dos povos se rebelarem em busca de uma solução, ou no mínimo os militares usam a sua força para impor um golpe de estado e instaurar um novo regime político fazendo com que os golpes de estado sejam a única forma de diálogo existente no contexto de suas dificuldades e ausência de entendimento.

Nos últimos anos, a África inaugurou um festival de golpes de estado trazendo à tona a podridão das lideranças africanas e os riscos da falta da manutenção de poder, e a normalização de que em todos os pleitos eleitorais o vencedor é o mesmo, a oposição sempre é ludibriada e as eleições mostraram que não resolvem os problemas da ditadura senão via golpe de estado.

Em África, há de se evoluir para a democracia plena para evitar estes golpes de estado, aceitando que não se nasce governando, mas sim aprende-se e é preciso dar espaço a outros tipos de liderança, deixar de lado o fato de que quando o outro governar vamos perder o poder, ou, a esfera de influencia na sociedade, e é possível conviver em harmonia se respeitarmos os processos eleitorais e garantirmos a devida transparência adotando atitudes e comportamentos que conduzam a uma democracia em que todos se refletem nela e não busquem outras alternativas que possam minar a democracia instalada.

Somos todos chamados a refletir sobre as democracias africanas se queremos um mundo sem guerra, os ocidentais devem deixar de lado os blocos de conspiração e agitação que levam o continente africano a mergulhar nestas guerras, tudo à custos dos recursos que este continente detém como sua riqueza natural, e que nos últimos tempos tornaram-se numa maldição. Mais do que nunca, os lideres africanos devem sair do circulo da corrupção e ganância para abraçar as doutrinas da democracia e convivência com as diferenças, de contrário, pereceremos na busca de uma democracia e estabilidade para África, quando podemos fazer o nosso melhor e sair deste dilema.

E sem vergonha, a cada golpe de estado em África, uma nova possessão colonial ocidental se instala, e nós, de olhar impávido, assistimos isso sem nada a fazer. Será que a África não tem capacidade para ser auto suficiente sem mão ocidental, ou gostamos de ser direcionados por mentores? A nossa preguiça é tão enferma a esse nível, a África sempre será um velho continente, enquanto não deixar a corrupção, ganância, ditadura e demagogia de lado, sempre teremos golpes de estado, e mais golpes de estado que não contribuem em nada para nosso desenvolvimento, apenas como reserva de matéria prima do ocidente.

Custa respeitar o outro e deixar governar se ganhou? A “mesmice” do poder e a gula destruiu a África, vamos experimentar as lideranças dos outros o continentes.

Nos últimos tempos tornou-se arriscado investir em África pois, a qualquer instante pode surgir um golpe de estado e um novo governo que não reconheça os negócios assinados pelos seus antecessores. A descolonização de África está no papel, o ocidente enviou uma nova expedição colonial de reconhecimento chamada “dólar” e foi recebida pela fome e ganância, aí o caos e a desordem se instalaram, e a guerra entre africanos instalou-se para sempre.