A cerca de 55 quilômetros da cidade de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, está a cidade de Brumadinho, que abriga um grande museu de arte contemporânea juntamente com um jardim botânico. Essa localização une ricos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado em 140 hectares de uma área de visitação. Essa união entre a natureza, onde se podem encontrar mais de 4 mil espécies botânicas raras, juntamente com a arte e a arquitetura, faz o visitante caminhar ao ar livre entre galerias e obras que somam um acervo de 1862 obras de arte de mais de 280 artistas de diversos países. E assim que o Instituto Inhotim encanta seus visitantes.

A ideia de transformar uma fazenda em um dos maiores museus a céu aberto surgiu na década de 80 pelo empresário Bernardo de Mello Paz. Nascendo assim, em 2002, o Instituto Inhotim e abrindo para visitação ao público em 2006. Dizem que o nome Inhotim é referência a um antigo dono da propriedade que se chamava Timothy, e era tratado como “Sinhô Tim” ou “Nhô Tim”.

Quem visita Inhotim pela primeira vez e vai desavisado não tem noção do que esperar e se depara com longas caminhadas e descobertas e boas surpresas ao longo de todo o terreno do museu e em meio ao jardim, natureza e até mesmo pequenos animais. O percurso entre as galerias e obras de arte é também para ser admirado e desfrutado e conta com lagos, um paisagismo incrível que alimenta os olhos, obras de arte como esculturas e instalações. Anda-se muito lá, e considero um dia pouco para quem quer realmente conhecer o local. Cada lugar do museu interessa, no meio dos caminhos você pode descansar em um dos 98 bancos do designer Hugo França e ser abraçado pela natureza.

Entre as galerias, destaca-se a galeria Adriana Varejão, união perfeita entre a arte e arquitetura, não se sabe onde começa um e termina a outra, tudo deixa o visitante admirado. Outra galeria que chama atenção é a galeria Yayoi Kusama, nome muito influente no mundo das artes, esse espaço proporciona uma experiência imersiva convidando o visitante a entrar em um espaço completamente diferente que desperta a curiosidade.

Inhotim conta com espaços para exposições temporárias e permanentes, são 22 pavilhões e 4 deles ganham uma nova mostra a cada dois anos para apresentar novas aquisições do instituto ou recriar com os itens da coleção. As outras 18 galerias dão nomes aos artistas e foram criadas para receber as obras dos próprios como Hélio Oiticica & Neville d’Almeida, Matthew Barney e Lygia Pape, Tunga, Adriana Varejão, Cildo Meireles, Doug Aitken.

Alguns jardins do Inhotim foram inspirados pelos desenhos do paisagista Roberto Burle Marx. O instituto produz ampla pesquisa de conservação de espécies e educação ambiental. Dentro de seus laboratórios de estudos e nas estufas é possível mapear e cultivar sementes de diversas espécies para assim auxiliar na preservação ou restauração de ecossistemas degradados.

Além disso, Inhotim conta com uma ampla agenda de eventos, entre eles mostras de cinema, cursos e seminários e até um festival de música.

A experiência de conhecer o Instituto Inhotim não tem comparação com a de uma visita a um museu tido como padrão e tampouco com a de um parque em meio à natureza. É difícil explicar o que se experimenta naquele ambiente entre o construído e o jardim. Em um momento você escuta sons de pássaros e animais e no outro você está dentro de um ambiente totalmente projetado para ter uma experiência específica. Talvez essa conexão entre o natural e o artificial torne tudo isso tão inefável que só quem está lá pode vivenciar.