A exposição Neblina surge da experiência de caminhada realizada em torno do Monte Branco nos Alpes - Tour du Mont Blanc - percurso esse que, com cerca de 174km de distância, atravessa França, Suíça e Itália.

As zonas de maior interesse variaram entre a paisagem rochosa à pura paisagem nevada.

A neblina, a luz, a escuridão, a pressão atmosférica bem como as suas gradações de cor impulsionaram a matriz da experiência e permitiram captar, no íntimo da compreensão da paisagem, a percepção dos elementos básicos da natureza envolvente. O azul do gelo dos glaciares bem como a neve, como informe massa volumosa sobre as construções rochosas, permitiram o acesso à ideia de distância e dessa rigidez quase fria que a relação corpo-a-corpo (homem-paisagem) assim impõe.

A neblina tornou-se a presença mais comum ao longo de toda a viagem, uma barreia visual que compõe a paisagem e, por isso, se torna o elemento base da construção da pintura. A neblina sobrepõe-se a todos os elementos que constituem os Alpes e cria a ideia visual de unidade, que ao localizar-se no topo da montanha, muito acima do nível do olhar, estabelece a fronteira entre o céu e a terra.

Pedro Vaz (Maputo, 1977) obtém a graduação em Artes Plásticas - Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa em 2006.

Em 2014 foi premiado no concurso internacional Beers Contemporary Award for Emerging Art, em Londres, e recebeu apoio para o desenvolvimento do projecto Tour du Mont-Blanc pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Duplacena. No mesmo ano, destacam-se as exposições individuais; Tour du Mont-Blanc, inserido no Festival Temps D´images 2014, e apresentado no MNAC: Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado em Lisboa, e Stimmung exibida no CAPC - Círculo de Artes Plásticas de Coimbra. Nas colectivas; Raukoon - Pedro Vaz X João Queiroz, também no CAPC, e 50 Anos da Galeria 111 em Lisboa.

Pedro Vaz, vive e trabalha em Lisboa.