No segundo andar, em Um ensaio sobre o desenho, o professor e gravador Claudio Mubarac realiza a curadoria de uma pequena mostra de desenhos do acervo da galeria. Para Mubarac, que viu a exposição Goeldi/Jardim, a gravura e o compasso, da qual também foi curador, figurar entre as 10 melhores do mundo pelo Hyperallergic em 2016, foram dois os desafios para organizar esta coletiva: “a seleção propriamente dita, pela qualidade excepcional dos trabalhos, e o da fatura e sentidos diversificados que o desenho passa a ter para artistas com projetos tão distintos”. Diante disso, Mubarac selecionou trabalhos de artistas das mais variadas gerações, mostrando a abrangência temporal do acervo de Raquel Arnaud.

Estão lá, por exemplo o “Retrato de Margarette” (1920), de Lasar Segall, além de uma obra da coleção de desenhos antigos de Arthur Luiz Piza, de 1949, até trabalhos mais recentes como um desenho sem título de Waltercio Caldas (1990) e um trabalho produzido por Ester Grinspum em 2016. “A intenção foi criar um gabinete de desenhos aonde o silêncio dos trabalhos abrigue, a um só tempo, a multiplicidade dos horizontes e as várias oficinas dos desenhistas”, explica Mubarac.

Nascido em Rio Claro, SP, em 1959, Claudio Mubarac vive e trabalha em São Paulo. Desde 2005 tem feito curadorias para diversas instituições no Brasil, dentre as quais se destacam “O desenho estampado: a obra gráfica de Evandro Carlos Jardim”(2005), que recebeu o Prêmio Bravo de melhor exposição do ano, “Valongo: xilogravuras de Fabrício Lopez” (2009), “Quatro Ensaios Gráficos” (2012/2013) e Imagem(gráfica) 2014/2015, em parceria com Carlos Martins, todas para a Pinacoteca do Estado de São Paulo; “Das dez mil faces: a gravura de Madalena Hashimoto” (2008), para o Instituto Moreira Salles; “Gilvan Samico: primeiras estórias” (2014), Centro Universitário Maria Antônia (USP), com Priscila Sacchettin, e “Goeldi/Jardim: a gravura e o compasso” (2015/2016), para o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.