“Leite faz bem para os ossos”. Quantas vezes não escutamos esta frase tão celebre repetida inúmeras vezes por nossos avós. Que infelizmente, não conseguiam enxergar o quanto estavam errados. O leite de hoje, não sendo ele da sua própria vaca ou cabra, é um veneno em potencial, e eu vou explicar por que.

As vacas somente podem dar leite no momento que estão grávidas ou quando estão em processo de amamentação. Caso contrário, não existe produção de leite nas tetas da vaca. Com isso, para fabricar leite em massa, a indústria lacta mantém as vacas prenhas durante todo o ano, a partir dos 12 meses de idade, para que elas continuem produzindo leite.

Este processo contínuo e repetido de manter as vacas grávidas provoca envelhecimento precoce, exaustão e mastites (uma condição de dor intensa no animal devido à inflamação e infecção do úbere, e consequentemente, liberação de stress). Para melhor visualização acesse o vídeo abaixo.

Devido a esta inflamação, pus e sangue do animal são comuns na produção de leite em massa mesmo após sua “filtragem”. No Canadá, Austrália, Nova Zelândia e na Europa uma quantidade de 400.000 células somáticas a cada 1ml de leite são permitidas. Nos Estados Unidos 750.000. E no Brasil? 1.000.000 de células somáticas por 1ml de leite.

O que são células somáticas? São glóbulos brancos, produzidos pelo corpo do animal durante o processo na tentativa de combater a infecção. E o que a ingestão destas células causa? Câncer.

Devido a isso a minha recomendação como professor e educador físico é não beber leite. Tampouco derivados como queijo, iogurte e manteiga. Porém se você não consegue cortar estes alimentos da sua dieta, então tente substituir o leite, queijo e iogurte de vaca pelos leites e derivados vegetais. Como por exemplo, leite de amêndoa, de linhaça, de soja, de aveia, de caju, de macadamia, de castanha do Pará. Qualquer leite, menos de vaca.

Este pensamento e “senso comum” de que o leite faz bem para os ossos foi incrustado na mente da sociedade devido à poderosa indústria do marketing no mundo. Uma indústria tão eficiente que até os dias de hoje as pessoas se recusam a aceitar que leite (da sua própria vaca, cabra ou ornitorrinco) é saudável somente na fase infantil.

Tive o prazer de presenciar um debate entre um professor e algumas mães. O professor explicou pacientemente que se os ossos fossem formados somente de cálcio, então não existira osteoporose. Inclusive, segundo os dados da OMS, as pessoas que consomem mais leite também são as que apresentam os maiores índices de osteoporose. A formação dos ossos é bem mais complexa do que se conhece hoje, devido a uma combinação única de magnésio, fosforo, cromo e zinco.

Foi engraçado quando o professor comentou que inclusive existe muito mais cálcio em um galho de brócolis ou em uma folha de repolho do que em uma caixa de leite inteira. E que as crianças não precisavam de leite na fase infantil. Ele explicou que as crianças poderiam crescer tendo ossos bem mais fortes consumindo apenas vegetais. E á resposta de algumas mães foram: “ah, mas não é bem assim”.

E assim se edifica a indústria do marketing, capaz de dar um rumo em uma sociedade consumista. O cara vai lá, estuda quatro anos em uma faculdade de química. Depois cursa mais um ano de especialização em química do esporte. Faz dois anos de Mestrado em Bioquímica, depois mais quatro anos de Doutorado em Bioquímica. Dai ele abre mão do tempo com a família e com os amigos e se muda para os Estados Unidos para cursar mais dois anos de pós-doutorado em uma das melhores universidades do mundo. Publica vários artigos e defende teses contra outros professores avaliadores de bancas. Para chegar uma mãe que mal concluiu o ensino médio, e desmoralizar todo seu tempo e dedicação com um argumento científico extremamente bem baseado e irrefutável, que é: “ah, mas não é bem assim”.

Isso é o que o marketing faz com as pessoas. Como explicado antes, se o leite não for da sua própria fazenda, então não beba. Substitua por outros alimentos, como vegetais e grãos.