Uma guerra civil. Parabéns. No Brasil nós conseguimos chegar ao ponto de estarmos quase à beira de uma guerra civil. Parabéns para todos nós. Tumultos, revoluções, ocupações, protestos. Um ódio crescente entre os conservadores da direita contra os fanáticos radicais da esquerda. Ataques constantes na mídia, vídeos no Youtube, irmão matando irmão. E a pergunta que fica no ar: quando é que essa gente vai abrir os olhos?

Para compreendermos a profundidade deste artigo temos que primeiro compreender como foi que as coisas chegaram neste ponto. A direita esteve no “poder” durante os anos após o término do regime militar em 1982. Primeiro com Sarney, depois Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique. E nada fez pelo país. A educação continuou uma porcaria, a saúde sucateada, a polícia mal preparada e a corrupção liberada.

Então foi a vez da esquerda. Em 2002 o Brasil elegeu o Lula, a nossa salvação. O homem do povo. Pertencente a um partido que prometeu durante todo tempo que a direita esteve no “poder” que quando chegasse a sua vez mudaria o país. Eu lembro até hoje que a minha tia e o meu tio me acordaram de forma histérica naquela manhã de domingo para eu ver a cerimonia de posse do presidente na TV, porque aquele era um momento que iria entrar para a história da nação. Finalmente nós conseguimos colocar “um dos nossos” no topo da pirâmide. Agora o Brasil iria para frente. E como é possível observar, 14 anos após a esquerda chegar no “poder”, que novamente nada mudou. A educação continua uma porcaria, a saúde sucateada, a polícia mal preparada. E a corrupção? Bem, talvez seja difícil saber o que mais preocupa o brasileiro hoje. Se é a corrupção escancarada, ou as 70.000 mortes por ano – mais do que a guerra no Iraque – que ocorrem somente pela violência desenfreada.

Mas infelizmente, mesmo com tudo isso a nossa frente, os olhos continuam fechados. A direita hipócrita acusa a esquerda de ter corrompido o país sem olhar para trás e enxergar o próprio rabo. A esquerda se defende de seus crimes contra-atacando a direita, alegando que quando eram eles fizeram muito pior. A direita quer um país conservador focado na tradição da moral e dos bons costumes em pleno século XXI. A esquerda quer implantar ideias incertas que podem mergulhar a nação rumo a um futuro obscuro. A direita culpa a esquerda pela quebra da economia. E a esquerda alega ter sofrido um golpe, mesmo sendo evidente o fato de que o vice-presidente e os oitos dos onze ministros que votaram a favor do impeachment foram escolhidos por eles mesmos.

“Mas sem uma economia estável não existe desenvolvimento” – persistem os direitistas, visando, como sempre, o crescimento econômico através da exploração “quase” escrava do proletariado. “Ah, ele roubou, sim é verdade, mas pelo menos ele fez pelos pobres. Ninguém nunca fez nada por nós antes” – esbaldam com orgulho os esquerdistas, corrompidos por uma lavagem cerebral tão forte que não conseguem ter a mínima noção do absurdo que estão proferindo.

E no meio desta guerra estão alguns poucos eruditos que conseguiram abrir os olhos e lamentam a ignorância dos seus irmãos. Mantendo vivo em suas mentes a pergunta que não quer calar: quando é que essa gente vai conseguir acordar? Quando estas pessoas conseguirão de vez compreender que não existe direita nem esquerda? Que o poder é uma piada e a democracia uma ilusão? E que o Brasil atualmente, tanto na direita quanto na esquerda, não passa de uma Nação sobre dominação para massa de manobra.

Capitalismo, Socialismo, Comunismo, Fascismo, Machismo, Feminismo, Racismo, Homofobismo, Conservadorismo e uma infinidade de ismos. O país virou uma tortura para quem deseja se expressar livremente. A libertinagem é tão grande que agora todo mundo é vítima da sociedade. Parabéns! O nosso Governo conseguiu. Ele conquistou e dividiu.

Durante a Copa do Mundo de 2014 o povo se uniu. A população foi às ruas protestar. Pela primeira vez na história parecia que desta vez conseguiríamos nos unir. 200 milhões de brasileiros pedindo pelo fim da palhaçada e pela sua dignidade. Mas o Governo é inteligente. Não dorme no ponto. Era necessário criar um problema. Tirar o foco. E dai em 2015 veio à crise. Do nada. Uma crise inventada onde de uma hora pra outra acabou o dinheiro. Mesmo que ainda tivesse suficiente para a “grande” Copa e a “majestosa” Olimpíada. E novamente, o povo voltou a se calar, porque como sempre, todo mundo estava preocupado somente com o seu. E quando o bolso pesa, quando o poder de manipulação do dinheiro fala, o cidadão enfia seu rabo entre as pernas e retorna cabisbaixo para seu canto de origem.

Mas no país mais rico do mundo fica difícil camuflar uma crise por muito tempo. Então nós temos que criar um novo problema. Uma “troca” de Governo. Um “golpe”. E novamente, os poderosos conquistam e dividem uma nação duelando para defender a sua tão “gloriosa” direita, e a “heroica protetora dos oprimidos”, à esquerda. Mas um dia, ah sim, um dia. Um dia o povo vai acordar e abrir os olhos. Um dia o povo vai acordar e perceber que não precisamos de Socialismo. Não precisamos de Capitalismo. Tampouco Cristianismo ou Judaísmo. O que nós precisamos é de um novo modelo de sociedade, porque o atual já se encontra em estado arcaico perante a Era qual vivemos. Porém, infelizmente, a única maneira de conseguirmos esta façanha hoje, seria com a vinda de um meteoro que destruísse metade do planeta, e nos obrigasse a recomeçar do zero.

Um dia o povo vai acordar e perceber que não temos que lutar pelos direitos e dignidade dos ricos, pelos direitos e dignidade dos pobres, dos negros, dos gays, das mulheres, das crianças, e do raio que o parta. Mas sim, pelo direito e dignidade de todos. Um dia nossos irmãos irão acordar e perceber que somos todos um vivendo em um único mundo. Que não existem países ou fronteiras, e sim um mundo com diversas linguagens. E que é nosso dever cuidarmos de todos. Que devemos nos unir ao invés de nos dividir. E que o amor ao próximo deve ser sempre superior ao ódio perante as diferentes ideologias.

Até este dia chegar, nós, os despertos, apenas seguiremos tentando sobreviver através dos nossos próprios meios neste mundo caótico esperando pelo dia do novo amanhecer da Nação. E sempre lamentando profundamente pela insistência dos nossos irmãos em permanecerem seguros em seus pedestais da verdade “protegidos” da luz do conhecimento pela escuridão das sombras da ignorância.