Em novembro de 2011 o Fado foi inscrito no património imaterial da humanidade, de UNESCO. A iniciativa da candidatura partiu do antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes. A candidatura foi aprovada por unanimidade pela Câmara de Municipal de Lisboa no dia 12 de Maio de 2010. Tendo o processo origem na Câmara Municipal de Lisboa, a preparação da candidatura foi realizada pela EGEAC (empresa municipal responsável pelas atividades culturais na cidade de Lisboa) e pelo Museu do Fado. Após o processo ter sido apresentado ao Presidente da República, a candidatura foi submetida à UNESCO. Para embaixadores da candidatura foram escolhidos os fadistas Carlos do Carmo e Mariza. O anúncio do Comité Internacional da UNESCO ocorreu em Bali, na Indonésia.

O que é o Património Cultural da Humanidade? Podemos ver qual a definição que a própria UNESCO apresenta: “Entende-se por ‘património cultural imaterial’ as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos, artefactos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu património cultural”.

A inscrição na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, serve, em primeiro lugar, para atestar que uma determinada atividade merece um reconhecimento universal. Além desta lista existe uma outra onde se inscreve o Património Cultural Imaterial da Humanidade que necessita de preservação urgente. Em qualquer dos casos, a inscrição numa das listas implica a necessidade de tomar medidas para preservação futura dessa mesma atividade.

Analisando a página da UNESCO referente à inscrição do Fado como Património Cultural Imaterial da Humanidade encontram-se as razões que levaram aquela organização a decidir afirmativamente pela sua inclusão na lista. Merece destaque o facto de se considerar que o Fado fortalece a sensação de pertença e de identidade dentro da comunidade lisboeta e os seus mais notáveis praticantes continuam a transmitir o repertório e práticas junto dos mais jovens praticantes. Considera-se ainda que a inscrição do Fado na Lista Representativa pode contribuir para uma maior interação com outros géneros musicais, tanto a nível nacional como internacional, assegurando assim a visibilidade e consciência de uma herança cultural intangível e encorajando o diálogo intercultural.

Lendo atentamente a informação constante na página da UNESCO sobre este assunto, nota-se que as referências ao Fado associam este género musical à cidade de Lisboa. Tal percebe-se se for tido em conta que a candidatura foi uma iniciativa desta cidade. Além disso, é aqui que o Fado tem, no presente, a sua maior expressão, tanto a nível de espetáculos organizados muitos deles com intuitos turísticos, como enquanto expressão de uma cultura de raiz eminentemente popular. No entanto, o Fado não é um fenómeno exclusivamente lisboeta, sendo uma prática associada à cultura portuguesa. Encontramos fadistas um pouco por todo o país, merecendo um especial destaque a tradição fadista associada à Universidade de Coimbra.