MONITOR Lisbon tem o prazer de anunciar A Way of Walking, uma exposição individual do artista português Sérgio Carronha (Cascais, 1984). A Way of Walking é a terceira exposição do artista com a MONITOR, após a primeira, em Lisboa, em dezembro de 2018 e a segunda em Roma passado abril.

Sérgio Carronha, vive e trabalha em Montemor-o-Novo, Alentejo, Portugal. Ao longo dos anos, o artista desenvolveu uma conexão e compreensão profunda com a sua terra e seus arredores que transparece através do seu pensamento e prática. Nesse território, o artista estuda os diferentes estratos que compõem o solo, recolhe as argilas e confere-lhes uma forma definitiva. Além de produzir as suas esculturas na sua terra, Sérgio Carronha também desenvolve um projeto de land-art a longo prazo, no qual aspira expandir sua prática escultural e modelar a terra numa escala maior.

A natureza e a cultura desta região são a principal fonte de inspiração para seu trabalho. Através dos seus passeios errantes pelo Alentejo, Sérgio Carronha encontra artefactos arqueológicos, arquétipos geométricos de idades e culturas distantes, diferentes matérias- primas e outros achados surpreendentes com a estratificação atemporal do solo e das culturas. Segundo o artista, caminhar representa um ato auto-reflexivo no qual ele tenta preservar um sentimento de inocência e espanto em relação ao seu entorno. A partir disso, desenvolve novas leituras do mundo externo, reconsidera a sua posição neste e, finalmente, transmite essas revelações nos seus objetos de cerâmica.

Em A Way of Walking, Sérgio Carronha apresenta duas instalações site-specific, compostas por esculturas em cerâmica, desenhos de parede, sementes e outros materiais orgânicos que envolverão o espaço da galeria numa narrativa focada no património cultural e no meio ambiente. Uma pintura de piso em larga escala com argila vermelha e caulino cobre todo o piso da galeria, suavizando os seus ângulos e proporcionando um terreno familiar para as cerâmicas. O caráter efémero desta pintura contrasta com o atemporal das esculturas e convida o espectador a refletir e defender o que antes pensava-se imutável e eterno.