O que antes poderia ser interpretado como antigo, ultrapassado ou fora de moda, a pouco tempo atrás tornou-se uma potência na moda. Usar o “vintage” não só é uma prática muito atual como virou moda e trouxe de volta diversas tendências como as famigeradas estéticas dos anos 2000, apelidada carinhosamente de Y2K. Essa ascensão trouxe também referências de outras épocas, as coleções mais atuais de diversas marcas e estilistas, desde o mercado de luxo as lojas de departamento.

Essa prática revisita a procura por um consumo mais consciente e oferece um respiro a um mercado já saturado com tantas peças produzidas diariamente pelas milhares indústrias espalhadas pelo mundo. É fato de que o descarte inconsciente de peças de roupas causa um impacto ao meio ambiente de forma geral e mostram a despreocupação dos consumidores que descartam peças de tendências que duraram poucos meses ou apenas por que tinham pouca qualidade.

O impacto positivo da ascensão do mercado “vintage” valoriza a reutilização da roupa, desencorajando o descarte inconsciente e encorajando as pessoas a darem uma segunda oportunidade a sua roupa. Aquele vestido que está no fundo do seu guarda-roupa pode ser vendido “online” por você mesmo pelas redes sociais ou até mesmo em aplicações específicas para esse tipo de produto. Vale ressaltar que o mercado de segunda mão não se resume apenas a moda e sim a diversos tipos de objetos como móveis ou livros.

Os brechós podem trazer muitas soluções, mas há também limitações como o mais comum entre os consumidores que é o tamanho, muitas peças podem não servir, então garimpar a dedo é a prática rotineira de quem está acostumado com a segunda mão. Outra limitação é os valores de algumas peças únicas de certas coleções de “designers”, a alta procura pelo “vintage” de luxo fez os preços dessas peças ficarem mais altos, algo que um consumidor de “vintage” pode perceber com a valorização de determinadas peças.

Há em Lisboa, por exemplo, uma rede de lojas “vintage” que se distingue em dois tipos com um brechó geral e o do arquivo “vintage” de marcas específicas, tais lojas apresentam diferenciação nos preços, também é analisado o estado da peça. Há também uma procura por peças em feiras espalhadas pela cidade, que podem ter achados por um preço acessível, além das inúmeras, opções “online” que vão desde as aplicações de telemóvel a e-commerces.

Como comprar em brechó sem se arrepender?

  1. Não abandone o seu estilo pessoal
    As possibilidades de garimpar peças incríveis podem ser muito altas, e respeitar o seu estilo e procurar o que realmente combina e faz sentido para si é o ponto- chave.

  2. Se atente ao tamanho!
    Ajustar a peça é sempre uma opção, mas em alguns casos pode ser um investimento perdido, pois algumas modelagens podem não se adaptar facilmente aos ajustes feitos.

  3. Você vai usar mesmo?
    Nem sempre compramos algo numa loja que ainda nos agrada alguns dias depois mesmo que essa peça “seja a sua cara”.

  4. Autenticação
    O “vintage” de luxo é um segmento muito forte que pode ser uma boa solução para quem procura uma peça de “design” com informação de moda para dar um peso ao look. Tenha em mente que possa haver falsificações, então sempre vasculhe as peças para ter certeza de que é uma compra inteligente.

  5. Qualidade
    A qualidade da peça é fundamental, então avaliar o tecido e acabamento é algo de suma importância para uma escolha acertada. Também é valido averiguar o estado da peça, em termos de presença de buracos e desgastes.

Comprar num brechó pode ser uma ótima saída para quem precisa renovar o seu armário, então aproveite para separar peças que já não usas e as de um destino que não seja o descarte. Se não tiver interesse em vender o que já não precisa, pode sempre doar as peças para um conhecido ou alguma instituição de caridade.