A influência das redes sociais já impacta na moda há alguns anos, mas com a mecanização dos estilos, a moda nunca seguiu tantas tendências como atualmente. As passarelas mais aguardadas do ano, com os “designers” mais requisitados e amados, sempre “ditaram” a moda das próximas estações, influenciando o que seria mais visto nas montras de marcas menores que os usasse como inspiração. A criatividade e toque artístico que davam às peças, o toque de luxo e a exclusividade, traziam até as lojas de departamento mais acessíveis novas formas de se vestir e estilos repaginados com tantas inspirações, mas é claro que com menos detalhes e acabamento.

Atualmente, as redes sociais viralizam tendências e o jeito de se vestir de forma tão forte que o “rebranding” da celebridade Sophia Richie, durante o seu casamento este ano, tornou-se um dos assuntos mais falados nessas plataformas por semanas e trouxe de vez à tona os estilos chamados “old money” e “quiet luxry” que já eram falados há um tempo nas redes sociais. Esse estilo se baseia em peças menos apelativas para o luxo exacerbado, trazendo peças clássicas, bem acabas em looks monocromáticos e com ausência de logos muito grandes para dar o toque chique sem ser “loud”. O que é valorizado nesse estilo é uma composição simples e menos apelativa, dando menos atenção à marca usada e mais interesse à peça em si.

Algumas marcas dividiram opiniões na última semana de moda no segundo semestre de 2023, pois foi percetível uma repaginação nos seus estilos e identidades, trazendo cores mais suaves, padrões mais clássicos, bastante alfaiataria e elementos simples, e looks mais monocromáticos. Com isso, podemos definir que uma era onde a moda é ditada por redes sociais, se torna cada vez mais presente e consistente, fato que pode contribuir para uma hegemonização da moda e os estilos de forma geral. Ou seria essa uma nova era perfeita para trazer um movimento histórico de repaginação de estilo? Como, por exemplo, o que aconteceu com o movimento “punk” em Londres há algumas décadas, que trouxe consigo uma revolução de estilo que ecoou na moda, já que é a forma mais clássica de se expressar.

Claro que ainda há os “designers” e marcas que tentam fazer a sua diferença e arte de uma forma a se destacar dessas amarras que são consequências da sociedade e o modelo capitalista em que estamos inseridos, mas atualmente, o que viraliza é o que vende! As reflexões sobre o como isso afeta a nossa forma de escolha também são de se pensar, já que as redes sociais são as responsáveis por viralizar, como exemplo, peças especificas de uma determinada loja, e diversas pessoas acabam adquirindo o mesmo modelo e cor, muitas vezes sem dar atenção ao que realmente combina com o seu estilo pessoal.

A melhor e mais valiosa dica para fugir dessa estagnação na moda é a de sempre trazer ao seu estilo o que realmente gosta, e não aquela peça bela que comprou por que foi influenciada pelas diversas referências das redes e acabou não usando por que não fazia sentido. As peças precisam se encaixar ao seu estilo, mesmo que sejam de uma tendência relâmpago e para trazer uma tendência ao seu estilo, você pode estar sempre adaptando a mesma ao que funciona no seu armário. No caso dos estilos citados, a melhor forma de trazer esse tipo de look à sua realidade é com a aquisição de peças-chave que podem ser “curingas” no seu armário e multiplicarem-se, combinando com diversas peças. Um bom exemplo de aquisição seria um belo blazer preto ou calças de alfaiataria. Ambos podem se multiplicar em diversos looks e situações do seu dia e vão dificilmente afetar o seu estilo pessoal.