Uma das características mais significativas e importantes da arquitetura avantgarde dos últimos 20 anos é a proliferação de processos mídia e técnicas de representação.

O desejo pelas novas ferramentas de desenho digital que foram importadas da indústria de animação para a arquitetura originaram uma tendência para a complexidade e fluidez. A analogia entre edifício e organismo é tão antiga quanto a disciplina autoconsciente da própria arquitetura.

O impacto dos novos softwares de animação e modelação 3D continua a aumentar, levando ao desenvolvimento de uma nova linguagem na arquitetura.

As tecnologias digitais - computadores e máquinas controladas por computador - têm mostrado taxas sustentadas e aceleradas de evolução social e económica. As tecnologias digitais vão indiscutivelmente ser um dos fatores essenciais da inovação da arquitetura e, consequentemente, do ambiente construído no século XXI.

As combinações homem-máquina têm vindo a superar constantemente supercomputadores e super-humanos. Computadores e robôs estão portanto a fazer os seres humanos melhores. A longo prazo parece inteiramente plausível que uma Inteligência Artificial irá dominar, mas a curto prazo existe um período de progressos e processos simbióticos que necessitam da nossa atenção para serem desenvolvidos. Por outras palavras, a evolução humana está a atravessar a fase da Inteligência Aumentada.

As cidades do futuro vão existir tanto em forma física como digital e a fronteira entre as duas vai tornar-se cada vez mais ténue. Iremos percorrer a cidade física, enquanto que ao mesmo tempo visitamos a cidade digital, como se se tratasse de uma camada digital sobreposta à anterior. À medida que a tecnologia evolui, vai permitir que se explorem os espaços digitais como se fossem de uma cidade real, de tal modo que o cruzamento entre o físico e o digital irá aumentar exponencialmente.

A forte explosão da inovação e a utilização de computadores, dispositivos móveis e fontes de dados estão a mudar as cidades em que vivemos, trabalhamos e brincamos. Uma paisagem digital sobrepõe-se ao nosso mundo físico e está a expandir-se para oferecer experiências cada vez mais ricas que complementam e, em casos extremos, substituem a experiência física.

Há muito para falar sobre as cidades inteligentes do futuro. É importante testar e ver numa cidade real como algumas destas tecnologias poderiam tornar-se parte da forma como vivemos em ambientes urbanos enriquecidos com este tipo de informação e inovação.

Unindo o design e a tecnologia as cidades do futuro ganham forma e apresentam as possibilidades que as novas ferramentas oferecem como uma extensão do corpo humano em direção à cidade como ambiente urbano.

No passado, historicamente a arquitetura centrava-se na religião. Em tempos mais recentes, a arquitetura tem vindo a concentrar-se na sustentabilidade e na tecnologia. Quanto ao futuro acredito que será focado na era digital.

Utilizamos a tecnologia para nos ajudar a sonhar, comunicar e construir. Tomando o exemplo do nosso uso massivo dos dispositivos móveis, estes tornaram-se a extensão do nosso corpo - mãos, cérebro e olhos.

Com o desenvolvimento dos óculos de realidade virtual, carros auto-conduzidos, robôs, etc, as tecnologias continuam a surgir com novos usos e ideias, mostrando também novos caminhos e possibilidades para moldar as nossas cidades. Será que vão ser também a extensão do nosso corpo, diluindo a fronteira entre a cidade, o homem e a tecnologia? E de que maneira essas mudanças irão moldar o modo como vivemos as cidades?

Uma coisa nós sabemos: a maneira como vivemos as cidades vai continuar a mudar.

"Os arquitetos devem considerar um novo ideal para uma cidade do futuro.
Devemos gradualmente construir um ambiente urbano que mantém a conveniência da cidade moderna […]"
Ma Yansong - MAD Architects