Conhecido por seu trabalho figurativo, Rodrigo Bivar apresenta em sua nova individual na Galeria Millan, intitulada Lapa, obras abstratas. São cerca de 15 óleos inéditos – de grande, médio e pequeno porte – que propõem uma espécie de “jogo mental” sobre o espaço na pintura; onde a estrutura permanece, com cores e formas que aparentam se deslocar na tela.

Rodrigo Bivar vem trabalhando em sua incursão abstrata há dois anos. A mudança não implicou apenas uma transformação estética, - onde, por exemplo, a cor se liberta de seu uso secundário na imagem e assume o papel de protagonista na pintura -, mas como também houve uma renovação no fazer artístico, onde o processo torna-se essencial.

O preparo das tintas também mudou: a tinta à óleo leva gema de ovo, ganha em transparência e permite aos trabalhos jogos de luz. A cera de abelha, usada pelo o artista, retira o excesso de brilho da tinta. Em cada tela, Rodrigo Bivar busca contrapor a rapidez na apreensão das imagens com a lentidão com que foram produzidas.

Para esta individual, o tradicional bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo, onde Bivar mantém seu ateliê, foi fundamental. A arquitetura da região – paredes, portas, janelas -, se desfigura e, em seu lugar, surgem cores e formas que ocupam o espaço da pintura.

Se por um lado, Lapa denota essa ruptura na trajetória artística de Rodrigo Bivar, por outro, evidencia a relação afetiva que o artista possui com o bairro onde trabalha, tal como ele próprio enfatiza: “Sem me dar conta, a Lapa e suas cores adentraram na minha pintura.“ A mostra abre no dia 7 de maio, às 19h, e fica em cartaz até 07 de junho.

Sobre Rodrigo Bivar

(1981, Brasília, DF) Artista graduado em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado. Ganhou o Prêmio Aquisição do Centro Cultural São Paulo, em 2008, quando realizou sua primeira individual como parte do programa de exposições da instituição. Desde então, apresentou individuais no Paço das Artes (São Paulo) e na Fundação de Arte de Ouro Preto (Ouro Preto, MG). Participa, desde 2005, de mostras coletivas, dentre as quais: o Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_VideoBrasil (São Paulo), 2013 e 2011; 7 SP – Seven Artists from São Paulo, no C.A.B Contemporary Art (Bruxelas, Bélgica), 2012; Panorama da Arte Brasileira do MAM (São Paulo), 2011; A Contemplação do Mundo – Paralela 2010 (São Paulo); Grau Zero, no Paço das Artes (São Paulo), 2009; e 2000 e 8, no SESC Pinheiros (São Paulo), 2008.