Perseguindo o Invisível interroga as problemáticas da visibilidade, examinando o estado das coisas que permanecem escondidas ou são mantidas invisíveis. Uma pesquisa sobre a maneira de como nos relacionamos hoje com ecrãs dos laptops, smartphones e outros dispositivos tecnológicos, reflectindo sobre o consumo de beleza massificado pela era digital. Esta exploração abrange o vídeo "About Faces" que considera estes ecrãs como receptores da chamada economia libidinal.

A exposição integra ainda "Fluids Series", um grupo de pinturas com uma imagem digital impressa em tecido e tinta acrílica em torno das arestas. Em todas as imagens se encontra, em pano de fundo, o padrão xadrez do Photoshop, representação da transparência, do invisível ou do espaço para preencher com imagens ou desejos. Constituindo uma investigação sobre as imagens enquanto manifestação mental ou uma espécie de surrealismo digital, a exposição explora a tensão entre o digital, a tecnologia e as suas estratégias de consumo, a produção de desejo e o desejo de produtos, avançando numa crítica sobre as relações da arte enquanto mercadoria, produto de desejo e de consumo.

Os trabalhos presentes na exposição seguem a narrativa construída no campo de interesses de "Sebastião, O Fantasma", uma vídeo instalação que investiga a ideia de fantasma como aqueles que vivem numa antiga colónia portuguesa e são assombrados pelo mito do fantasma do Rei D. Sebastião; ou em "The Haunted Screensavers" uma intervenção site-specific nos computadores da biblioteca da CalArts, onde a artista iniciou a reflexão sobre invisibilidade explorando as tensões entre estética e percepção, repensando politicamente episódios históricos e sociais.

Lúcia Prancha (1985, Coruche / Portugal) licenciada em Artes Visuais - Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2009) concluiu em 2015 o Mestrado em Artes pela CalArts - California Institute for the Arts. O seu trabalho foi mostrado na Fundação Serralves, Porto, Portugal (2014); Galeria Leme, São Paulo, Brasil (2013) e Galeria Baginski, Lisboa, Portugal (2012). Em 2013 recebeu uma bolsa de estudo nos Estados Unidos pela Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), com a duração de dois anos. Actualmente vive e trabalha em Los Angeles, EUA. Perseguindo o Invisível é a sua primeira exposição individual na BAGINSKI, GALERIA/ PROJECTOS.