No segundo piso, Raquel Arnaud presta homenagem ao escultor, gravador, ilustrador e pintor Sérvulo Esmeraldo, morto no início do ano, ao realizar a mostra Objetos Nômades, com obras do artista selecionadas pela galeria, que o representa desde 2009. Paralelamente, à 6ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, que abre exposição no MuBE no mesmo período, também celebra Esmeraldo através do Projeto Arte e Indústria, que visa homenagear artistas cujos processos de criação estão relacionados à produção industrial.

Escultor, gravador e desenhista, Sérvulo Esmeraldo iniciou-se profissionalmente no final da década de 1940, frequentando o ateliê livre da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), em Fortaleza. Transferiu-se para São Paulo em 1951. O trabalho temporário na Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) nutriu seu interesse pela matemática e repercutiu em seu futuro: em 1957, trabalhando como xilógrafo e ilustrador do Correio Paulistano, expôs individualmente no Museu de Arte Moderna de São Paulo uma coleção de gravuras de natureza geométrica construtiva. O refinamento do seu trabalho foi decisivo para a obtenção da bolsa de estudos do governo francês que o levou, no mesmo ano, para uma longa estadia na França.

Em Paris, frequentou o ateliê de litogravura da École Nationale des Beaux-Arts e estudou com Johnny Friedlaender. Na década de 1960 dedicou-se à projetos movidos a motores, ímãs e eletroímãs. Utilizando-se apenas da magia da eletricidade estática chegou à série de Excitables, trabalho que o particularizou na arte cinética internacional.

Durante o tempo que morou em Paris, conviveu com outros artistas brasileiros e latino-americanos como Arthur Luiz Piza, Sergio Camargo, Lygia Clark, Julio LeParc, Carlos Cruz-Diez entre outros.