A apresentação da coleção do museu é, neste piso, dedicada ao período que se inicia em 1960 e prolonga-se por cinco décadas.

A exposição agrupa os mais significativos movimentos artísticos das neovanguardas, como sejam o Minimalismo, o Conceptualismo, o Pós-minimalismo, a Land Art ou a Arte Povera, entre outros. No curso destes movimentos o objeto artístico sofreu uma profunda reconfiguração das suas categorias tradicionais, pelo que a sua manifestação implicou a realização de pressupostos apenas vislumbrados pelas vanguardas históricas e um refazer no depois desse tempo.

O percurso inicia-se com as experiências minimalistas que reclamaram o primado da experiência percetiva sobre o conhecimento linguístico do objeto artístico, a que segue um aprofundamento do sensorialismo, já não restringido ao âmbito da visão, mas extensível aos movimentos do corpo do observador.

O papel da linguagem verbal e da sua relação com a imagem, geralmente fotográfica, que o conceptualismo interrogou, define uma outra ordem para o objeto artístico, que perdeu a sua relação com o fazer artesanal e se posicionou como ideia do que pode ser enquanto arte. Se a arte minimal havia valorizado o objeto produzido industrialmente, a Arte Povera italiana veio confrontar essa determinação tecnológica com o valor das substâncias naturais e a sua memória poética, numa dialética crítica.

Por seu turno, a Land Art veio alargar o campo de atuação artística para a própria paisagem e da paisagem para o museu. A emergência do corpo como meio da realização artística preocupou vários artistas no início da década de 1970 e os seus trabalhos são documentos de ações artísticas que perduram a partir destes testemunhos. A par destes são apresentadas a emergência da prática do vídeo, com a diversidade de posicionamentos que lhe dão origem, e a nova fotografia alemã, sistemática e documento dos monumentos de uma ordem económica oriunda de uma cultura que havia rejeitado o objeto artístico.

Neste panorama de duas décadas intensas cruzam-se alguns dos principais posicionamentos artísticos do ocidente durante o terceiro quartel do século XX e a primeira década do século XXI.