A 3+1 Arte Contemporânea tem o prazer de apresentar a inauguração de Modo de uso, a mais recente exposição da artista Claire de Santa Coloma.

A obra escultórica da artista argentina incide sobre questões formais, que pretendem focar-se na primordialidade da matéria (que é quase sempre a madeira) e no tema da escultura em si. A economia de materiais é um dos princípios regentes na sua prática, muitas vezes ditando a forma do objeto final. A relação entre o espectador e a escultura é outra camada importante na leitura da sua obra, tendo sido, conceptualmente, o fio condutor das suas últimas exposições individuais. Como resultado, tanto a sensualidade como a sensorialidade são características recorrentes no trabalho de Claire de Santa Coloma. Em 2014 a artista apresentou a sua exposição Guia prático para fazer uma escultura básica de madeira, que procurava educar o público sobre o processo de criação. Em 2017, a exposição Pausa guiou o espectador para um olhar mais contemplativo e circunspecto. Em Modo de uso, Claire de Santa Coloma procura estimular outras relações entre o público e a obra. Na tentativa de descodificar a intangibilidade da obra de arte, a artista cria ambiguidades através do uso de cenários e materiais da esfera doméstica.

A folha de sala, que serve como objeto instrucional, propõe formas de interagir com as esculturas. O toque e o uso são permitidos, abrindo novos modos de existência da obra de arte.

Claire de Santa Coloma (1983, Buenos Aires, Argentina) vive e trabalha em Lisboa. Estudou escultura de talha direta nos Ateliers Beaux Arts de la ville de Paris. Simultaneamente, obteve o mestrado de investigação em Artes Plásticas na Universidade La Sorbonne, Paris. Entre 2007 e 2009 foi artista residente na Casa de Velázquez em Madrid. Entre 2009-2010 frequentou o programa de Estudos Independentes da MAUMAUS, em Lisboa, com o qual participou na 29a Bienal de São Paulo. Em 2010, participou na residência La Belle Alliance (Metropole), no Goethe Institute de Lisboa. Em 2017 é convidada para integrar o programa de Lisboa Capital de Cultura Ibero Americana com uma residência nos ateliers dos Coruchéus e um projeto a apresentar na galeria Quadrum. No mesmo ano, vence Prémio Novos Artistas Fundação EDP (Lisboa, 2017). Expõe regularmente desde 2008. Entre as suas exposições individuais destacam-se: Chuva, Appleton -Associação Cultural, Lisboa (2018); Guia Prático para Fazer uma Escultura Básica de Madeira, Galeria 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2014); A escassez nos salvará da catástrofe, Galeria 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2011) e A Experiência da Medida, Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa (2010). Entre as suas exposições coletivas destacam-se: Coleção Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2018); 1000 anos depois entre Vénus e Marte, obras da Coleção António Cachola, Galeria Municipal do Porto, Porto (2017); Prémio Novos Artistas Fundação EDP, MAAT, Lisboa (2017); Excusa Argumentai, Museo de Arte Contemporâneo Gaz Natural Fenosa, A Coruí-ía (2015); Bienal de Arte de Buenos Aires, Buenos Aires (2013); Geografia Portátil, MUMU, Córdoba, Argentina (2013). Coleções incluem: Fundação Calouste Gulbenkian, Portugal; Fundação EDP, Portugal; Banco Supervielle, Argentina; HRH of Luxembourg; Casa de Velázques, Espanha; Deutsche Bank, Portugal; António Cachola, Portugal; entre outras coleções particulares na Bélgica, França, Alemanha, Singapura, Argentina.