O Centro Cultural Correios apresenta, de 30 de janeiro a 16 de março de 2014, "O Rio que o Rio não vê - a ornamentação simbólica na fachada carioca", uma exposição de 36 fotos, assinadas pelo fotógrafo, designer gráfico e historiador Luiz Eugênio Teixeira Leite, de ornamentos simbólicos das fachadas de construções civis - instituições públicas e privadas do centro do Rio, área escolhida por ser a interseção arquitetônica de uma cidade que dali se expandiu.

Nas legendas, haverá minifotografias da fachada inteira, para que o visitante se familiarize com o imóvel no qual está inserido o ornamento e possa visitá-lo e apreciar ao vivo o detalhe que as fotografias da exposição destacam. Em cada legenda, há também um QR CODE que direciona o espectador para o blog do autor, www.orioqueorionaove.com

Desde 2000, Teixeira Leite realiza esta pesquisa iconográfica que chega hoje a 974 ornamentos mapeados, catalogados, minuciosamente descritos e com endereço, uso original, nome do projetista, data do projeto da fachada, uso atual, autor do ornamento, técnica e data da execução.

O pesquisador explica por que não há mais estes baixos-relevos na vista externa dos edifícios: " A decoração aplicada à arquitetura, isto é, a forma pela qual se idealiza um programa ornamental para a fachada de uma construção, já teve papel de destaque na História da Arquitetura. A partir de determinado momento entrou em declínio, chegando a ser tratada com repulsa. Disso resultou um quase total abandono pelo estudo das artes da ornamentação. O Ecletismo, estilo que mais se valeu da ornamentação para fundamentar seu discurso arquitetônico, acabou por herdar, por tabela, essa repulsa, e tem ficado, desde há muito, esquecido pela historiografia da arte nacional".

A pesquisa resgata nomes de artistas e artesãos executantes dos ornamentos, bem como dos arquitetos e projetistas de fachada. A partir de 2013, o autor vem estendendo o levantamento a outros bairros cariocas, incluindo portas e gradis, além decoração escultórica dessas construções.

Luiz Eugênio reuniu parte desta pesquisa no livro "O Rio que o Rio não vê - os símbolos e seus significados na arquitetura civil do centro da cidade do Rio de Janeiro", lançado em 2012, e avaliado pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) como o primeiro livro de arte do gênero no país e indicado e indicado pelo IPHAN como representante fluminense ao XXVI Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade, entre outras indicações para prêmios.

A mostra é acompanhada de catálogo com reprodução de todas as fotos expostas e texto de Joaquim Marçal Ferreira de Andrade, mestre em design pela PUC Rio, doutorando em história social na UFRJ e autor de "História da fotorreportagem no Brasil: a fotografia na imprensa do Rio de Janeiro de 1839 a 1900" (Campus, 2003).

O lançamento do catálogo acontece no dia 8 de março, com visita guiada à mostra por Luiz Eugênio Teixeira Leite, aberta ao público.

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Horário
Terça-feira a domingo
12h às 19h
Entrada gratuita

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  1. Antiga Câmara dos Deputados, projeto de Archimedes Memória e Francisque Cuchet, 1921, autores desconhecidos, baixos-relevos em argamassa, 1922-1926, fotografia Luiz Eugênio Teixeira Leite
  2. Antiga Fábrica de Perfumarias Lambert, 1920, autor desconhecido, baixo-relevo em amargassa e escultura em cimento modelado, fotografia Luiz Eugênio Teixeira Leite
  3. Mercúrio num antigo frontão na Rua de Lavradio, fotografia Luiz Eugênio Teixeira Leite
  4. Clube dos Democráticos, Três painéis de azulejos, 1930 c. Trabalho atribuído ao pintor e desenhista gaúcho Rubens Ferreira Trinas Fox (1899-1964), fotografia Luiz Eugênio Teixeira Leite
  5. Clube dos Democráticos, Três painéis de azulejos, 1930 c. Trabalho atribuído ao pintor e desenhista gaúcho Rubens Ferreira Trinas Fox (1899-1964), fotografia Luiz Eugênio Teixeira Leite
  6. Clube dos Democráticos, Três painéis de azulejos, 1930 c. Trabalho atribuído ao pintor e desenhista gaúcho Rubens Ferreira Trinas Fox (1899-1964), fotografia Luiz Eugênio Teixeira Leite