Ester Cunha
Colabora no Meer desde fevereiro de 2024
Ester Cunha

Sou professora de história da arte, curadora e consultora de arte. Tenho Bacharelado em História da Arte pela UFRJ, Mestrado em Estudos Contemporâneos das Artes pela UFF/RJ e um Doutorado em andamento em Artes da Cena pela UFRJ. Além disso, sou professora de yoga e meditação, com formações na Índia e em Bahamas. Como professora de história da arte, lecionei para turmas de graduação na Universidade Federal Fluminense (UFF) e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ); disciplinas de história da arte, teoria de arte e cultura. Também tenho experiência com curadoria artística, arte e educação, e gestão em projetos de artes.

Minha vida pessoal é marcada por uma experiência intensa que vivi aos 18 anos de idade ao acompanhar o tratamento de câncer da minha tia materna durante dois anos, até o seu desencarne. Depois de um momento de muita tristeza e busca de sentido, percebi que a vida é muito preciosa para que as coisas importantes sejam programadas para a aposentadoria ou futuros distantes que podem nunca chegar. Percebi que a felicidade só pode ser vivida agora, no momento presente. Desde então, foco em realizar meus sonhos, concretizar projetos a curto prazo, viver experiências e cuidar especialmente da minha saúde física e mental.

Após anos de prática pessoal de yoga e meditação, iniciei minha jornada como professora de yoga em projetos voluntários. Levar um pouco de paz, tranquilidade e motivação para as pessoas deu um propósito maior para meus dias. Fiz minha formação em Yoga e meditação na Índia, o berço da espiritualidade, num mergulho intensivo de muita disciplina, exercícios, aprendizados teóricos e práticos, com a finalidade de levar a yoga e a meditação para mais e mais pessoas.

Em 2020, vivi com um grupo de Swamis, mestres espirituais, em uma pequena ilha em Bahamas, quando a pandemia e a impossibilidade de viajar por conta dos aeroportos fechados transformaram uma formação de três meses em Vedanta, a filosofia indiana, em quase um ano de reclusão. Durante esse período, pratiquei yoga, meditação e estudei Vedanta diariamente com os mestres Swamis. A combinação do trabalho voluntário, com as práticas espirituais, a dieta saudável e vegana, a conexão com a natureza e o silêncio da ilha no período do Covid proporcionaram-me um retiro ainda mais intenso e profundo, uma verdadeira limpeza física e mental.

Em 2023, mudei-me para Roma, Itália, para realizar minha investigação acadêmica junto à Universidade Roma Tre com o artista e professor Francesco Careri. Minha investigação tem como tema a relação entre a espiritualidade e a arte contemporânea, a partir da análise de ações que envolvem o ato de caminhar. A caminhada está presente nas práticas espirituais desde tempos remotos com as peregrinações e em práticas como caminhadas meditativas silenciosas, realizadas por yogis, hindus e budistas. Na contemporaneidade, diversos artistas se utilizam do ato de caminhar como mote poético para suas ações. Com os artistas dadaístas, surrealistas e situacionistas, a caminhada passa a ser abordada como um elemento de criação, como ação em si; não se caminha para chegar, mas pelo próprio ato de caminhar. Eu investigo a caminhada como um elemento de conexão do corpo entre dentro e fora; corpo e espaço; e como elemento de conexão entre corpo, mente e espírito. Minha investigação tem como questionamento central a indagação: Quais as aproximações e afastamentos entre as produções artísticas que se utilizam do ato de caminhar e as práticas espirituais que se utilizam da caminhada?

Para mim, a Arte é a expressão da essência de uma pessoa, um grupo ou até mesmo toda uma cultura e época. Estudar essa expressão, tecer questionamentos e traçar conexões é como bailar com essas essências, dançar com as inspirações dos outros e despertar nosso próprio Eu interior.

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