Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, os dois maiores problemas de dependência química do mundo de hoje não são provenientes da cocaína e da heroína, e sim das duas maiores drogas consumidas de forma legal no planeta. O açúcar e o sal.

Em uma das apresentações de um trabalho para faculdade, solicitei que meus colegas erguessem as mãos aqueles que se consideravam dependentes químicos. Alguns poucos fumantes levantaram a mão. Logo em seguida eu perguntei para a turma: “Quantos de vocês aqui conseguem ficar uma semana sem comer açúcar?”.

Em um primeiro momento a turma permaneceu quieta. Quando eles compreenderam a profundidade da pergunta, alguns começaram a rir alegando que o meu argumento era uma piada. E outros se enfureceram e argumentaram que não se pode comparar duas substâncias que são legalmente consumidas e “que não fazem absolutamente nenhum mal” com drogas proibidas por lei.

E geralmente é neste momento que apenas abrimos um leve sorriso no rosto, e encerramos a discussão. Porque ensinar a sabedoria para o ser humano é como ensinar um porco a cantar. Você perde seu tempo e ainda por cima irrita o porco. E quando as pessoas encontram argumentos virtuais para justificar suas ações quais não conseguem admitir por não desejar abrir mão, você nunca vai conseguir convencê-las de que estão equivocadas.

Vamos começar falando do sal. O sal acelera o envelhecimento precoce. Contribui para o desenvolvimento de hipertensão no corpo. Quanto mais água nos vasos, mais “tensos” eles ficam. Com isso, o coração tem de trabalhar mais para bombear o sangue. E o coração é um músculo que cresce, hipertrofia e engrossa. Se a hipertensão se tornar crônica, as paredes dos vasos também vão lesionando.

O excesso de sal também pode levar a problemas renais, já que é o rim que trabalha para colocar tudo isso para fora do corpo. Aumenta, ainda, o risco para câncer gástrico e favorece a osteoporose por aumentar a excreção de cálcio na urina e diminuir a massa óssea.

Agora o açúcar. O açúcar é responsável pelo surgimento da diabetes e pelo enfraquecimento do corpo. Eve O. Schaub realizou uma experiência prática na própria família, onde ela e os demais membros pararam de comer açúcar por um ano.

A tolerância era de uma sobremesa com açúcar por mês. Entretanto Eve relata que depois de um ano algo estranho aconteceu. O paladar se readaptou e ela e a família não conseguiam finalizar uma pequena fatia de torta. Eve conta que quando ela ingeriu os primeiros pedaços da fatia contendo açúcar começou a sentir os dentes doer, a cabeça a rodar e o coração bater mais acelerado.

Além disso, após um ano sem açúcar, o rendimento dos filhos na escola melhorou e a qualidade do sono aumentou.

Deixa-se bem claro que estamos falando de açúcar refinado e não açúcar natural, como açúcar da fruta por exemplo.

Ás vezes me deparo com alguns artigos que afirmam que o açúcar refinado que compramos no supermercado e compõe 99% dos alimentos industriais é igual ao açúcar que consumimos quando comemos uma fruta ou arroz, por exemplo. Sob o pretexto que os carboidratos são todos iguais quando transformados em açúcar no organismo.

Isso é uma tremenda de uma mentira, contada para que as pessoas não deixem de consumir açúcar, mantendo a convicção de que tudo é igual. Mas não é. Existe uma gama de diferentes tipos de açúcar, basicamente tudo que acaba com OSE. Frutose, glicose, sacarose, lactose, etc., e cada um deles age de forma diferente no nosso organismo.

Por isso não caia nessa mentira de que o açúcar que o seu organismo adquire comendo arroz é igual ao açúcar que você ingere na barra de chocolate.

Nós dois aqui sabemos que não vai ser por causa deste artigo que você e sua família irão deixar de consumir sal e açúcar. Porém agora toda vez que fizer estará por sua própria conta e risco. Bon apetit!