Oh! Se é!!! Desde o Quem quer casar com a Carochinha? que, no caso da nossa contemporaneidade, é um pouco difícil já que não sou ricas mas antes parecem bruxas enfeiteiçando com as melhores armas: a cosmética ( com muitas plásticas ) e as lágrimas de crocodilo aos Lobos maus, que apenas querem ser domesticados com chicotes, sombras e cordas bambas… Mas a fachada continua , qualquer dia só de véu e grinalda visto que o resto da roupa já nem no dia do casório vai ser necessária!

Não fiquemos por aqui, vamos até à montra da grande Confeitaria que é a Vida: lá vemos especados os pasteis de nata, esborrachando a sua inércia; os queques que preferem dizer “Experimente lá isso a ver se me serve!” e há ainda as chamadas “delícias” que só servem o prazer da boca que as consome até ao último suspiro!

Enfim, é chegada altura de viajar, amêndoas no bolso e ovos na mala para o que der e vier, não vá algum maluco na estrada atravessar o seu caminho e começar a insultá-lo do piorio, só porque ele acha que tem direito a ir a 200 km hora e você não tem que o estar a empatar!!!

Dos Ovos moles ao Sprint das Bolas de Berlim, há de tudo nesta Vida. O palco é grande e vai mudando de cenário…e do primado do prazer ao primado do medo a fronteira é muito ténue! Estamos a falar naturalmente de Amor e Morte, Paixão e Dor, de corpo e alma. Teatro de sofá-cama! Mais psicodrama! Mais Sombras, mais cativos do que cativados!

É engraçado que a moda passe pelos floriados, folhos, rendas e flores e falsas peles! Muita parra e pouca uva! O que se vai fazendo neste palco é muito discursivo mas nem as falas são convincentes e acção há pouca…muitas personagens vão tornando-se figurantes e não querem assumir o papel principal…e que é feito dos finais felizes? Será um problema de casting? Quem está nessa fila? Os que imaginaram os Low Cost? Ou os Pseudo Criadores? A pergunta agora já não é a do tempo de Shakespeare: “ To be or not to be?” mas sim a de Beethoven aquando o seu fim de vida: “ Must it be?”

Será que tem que ser assim? Uma nação de cavaleiros do Amor; de Navegantes e descobridores, de Mar muito e muito Azul, não é capaz de fazer renascer em Si esse Outro alquímico, espiritual, espiralado, ouro/ sol da consciência e de a fazer subir ao Palco da Vida e de se fazer ouvir? Não como um cântico mudo, mas um Cântico Negro, Régio, que sabe dizer “ Não”- Não vou por aí?

Será que tem que ser assim? Ou vamos fazer eco dos versos do poeta Rogério Cravo e dizer a propósito da “ pastilha” que é este século:

Trinco, mastigo, não engulo
Colo este Selo no envelope da História

Será que não há aplausos suficientes para fazer viver as fadas ? Será que não há imaginação para cada um de nós fazer o seu próprio guião?