Um dia eu conversei com uma garota francesa, residente na França e profissional atuante no departamento de marketing da Nestle (prédio principal). E durante nossa conversa sobre marketing e nutrição eu perguntei para ela: “Na sua opinião, qual o melhor alimento fabricado pela Nestle em termos de saudável e nutritivo?”. E a resposta dela foi clara e direta: “Nenhum”.

Ela me contou que não comia absolutamente nada fabricado pela empresa qual trabalha, neste caso a Nestle, incluindo o chocolate. Inclusive ela não comia nenhum alimento fabricado por indústria nenhuma. E me explicou que depois que você consegue enxergar como são preparados e manufaturados os alimentos, você acaba por repensar aquela sua tradicional visão sobre “ah, mas só um pouquinho não vai fazer mal...”.

“Tudo é marketing” – disse ela. Mesmo que as pessoas se neguem a reconhecer. Não adianta a embalagem mostrar um alimento vivo, com cores exuberantes, expondo todas as vitaminas e minerais que ele contém e alegando não conter conservantes. Aquilo ali na prateleira é lixo. Lixo industrial quando comparado com os alimentos frescos.

Os alimentos embutidos entram nesta categoria dos alimentos industriais. Se fosse possível observar como é feito o presunto, o salame, a salsicha e o patê, pode ter certeza de que você nunca mais iria ter vontade de comer estes alimentos. E não adianta tapar o sol com a peneira e mentir para si mesmo. Não adianta ser peito de peru light ou asa de pavão da China. Qualquer embutido que seja é um tremendo veneno em potencial.

Eu sei. Eu concordo. São alimentos bons pra caramba. Eu mesmo sempre fui fã de presunto e de patê. Mas não adianta. Se desejamos atingir a longevidade, temos que cortar os embutidos. E sim, eu sei o que você vai me dizer. Que o seu avô ou a sua avó comeram presunto, salame e patê a vida inteira, e viveram mais de noventa anos. Sim animal. É verdade. Mas você tem que ter consciência de que o salame comido pelo seu avô era feito artesanalmente com restos de carne selecionados enquanto que o presunto que a sua avó comia era cortado diretamente do porco e curtido de forma natural (além de naquela época os animais ainda não terem sido modificados geneticamente...).

Como explicado anteriormente, muito cuidado com o marketing. Uma vez observei um suplemento alimentar vendido em um supermercado que a embalagem era laranja, chamativa, mostrando um raio azul e ainda por cima vinha com um copo de brinde. Entretanto, quando fui olhar sua composição, o suplemento vendido por €8 euros continha a mesma coisa que uma banana, vendida a €0,50 centavos de euro.

Como sempre explicado aos meus alunos, você não tem que tomar suplementos. Você tem que comer. Suplementos alimentares são para atletas, marombeiros ou pessoas que não possuem tempo de comer. E atletas, marombeiros e pessoas que não possuem tempo para comer não estão preocupados com longevidade. Suplementos alimentares, seja ele qual for, é industrial e consequentemente, veneno para o corpo. Por isso, não caia no golpe.