Por que mesmo depois de tanto tempo fora. Depois de novos amigos, de uma nova família, quando voltamos pra casa, para ás nossas raízes, podemos sentir que não é a mesma coisa. Que independente de quantas ramificações criarmos ou quantos frutos dermos, ás raízes permanecerão ás mesmas. Nos alimentando e dando sentido aos frutos qual colhemos.

Recentemente um texto publicado no Facebook de autoria anônima me chamou a atenção. Ele possui diversas variações. Tem com os Estados Unidos, com a Inglaterra, com a Espanha, entre muitas outras versões para diferentes países. Mas basicamente seria assim:

É muito difícil falar sobre ir ou ficar.
Lá tem amor.
Aqui tem segurança.
Lá tem rotina.
Aqui tem estabilidade.
Lá tem família e grandes amigos.
Aqui tem qualidade de vida.
Lá tem comida caseira sempre.
Aqui escolhemos em qual restaurante comer.
Lá temos “direitos”.
Aqui temos deveres.
Lá a grana falta.
Aqui nos viramos.
Lá tem mensagem do tipo: to passando aí!
Aqui temos que marcar horário pra ver os amigos.
Lá tem a história que escrevemos.
Aqui estamos desenhando o futuro.
Lá tem boteco e cerveja de garrafa.
Aqui tem picanha em todo churrasco.
Lá temos um nome e uma profissão a zelar.
Aqui aprendemos a respeitar todo e qualquer trabalho.
Lá estamos em casa.
Aqui criamos o nosso próprio lar.

Vamos vivendo, aprendendo e tentando ajudar a todos nessa loucura que é “ir embora”! Ou ‘’ficar’’.

Lá, é bom mas é ruim. Aqui, é ruim mas é bom!
Nunca esqueça suas raízes, mais floresça onde Deus te deu oportunidade de plantar”.

E as raízes não estão relacionadas somente a vida familiar. As raízes são o princípio de tudo. Define quem somos, o que queremos fazer e aonde vamos chegar. As raízes nascem em um determinado lugar, e se proliferam por todo espaço-tempo. Talvez capazes até mesmo de cruzar universo paralelos.

Na vida cotidiana o Criador colocou na Terra a semente que gerou as raízes de tudo. E temos que fazer das ramificações fortes o suficiente para que possamos ter os bons frutos no futuro. Assim como as raízes cumprem seu papel na natureza, de tirar do solo todos nutrientes necessários para a geração da vida, as ramificações devem cumprir seu papel na estrutura e desempenhar as funções quais são a razão da sua existência.

Diariamente somos tolerantes com nós mesmos, no entanto, não somos tolerantes com o meliante que aparece na TV. Somos tolerantes com nossos parceiros que tanto queremos, porém não somos tolerantes com aquele que pede esmola na sinaleira enquanto o carro está parado. Na educação os professores e diretores reclamam do comportamento dos alunos, negando as raízes do problema. Na saúde, enquanto a psicologia foca nas raízes, a psiquiatria foca na química.

As raízes não são visíveis. E também não nos esforçamos para enxergar. Afinal a sociedade perde tempo debatendo os problemas atuais sem focar nas raízes, responsáveis pelas ramificações. E sem pensar nas soluções futuras, fica a promessa de frutos duvidosos.

As raízes nos tornam árvores. Árvores da Vida. A mesma descrita na Gênese hebraica, e que foi escondida pelo Criador depois de nós termos provado do fruto da sabedoria. Velada aos nossos olhos por um véu que somente depois de muitas experiências conseguimos afastar.

Talvez por isso que voltar para casa seja tão bom. Porque nos força a enxergar novamente nossas raízes, avaliarmos nossas ramificações e repensar nossos frutos. Faz compreender quem somos e o que nos tornamos. E torna possível a visualização de toda uma evolução.