Em onze de junho de 1962, Frank Morris, Clarence Anglin e John Anglin fugiram daquela que foi considerada a prisão mais segura do mundo. Por quase sessenta anos o FBI nunca conseguiu desvendar o mistério dos três fugitivos, insistindo que haviam se afogado na baía de San Francisco devido à extrema dificuldade de se nadar da ilha até o continente. Entretanto, sem nenhuma evidência física que sustentasse essa afirmação. Recentemente, os sobrinhos de Clarence e John Anglin, Ken Widner e David Widner decidiram revelar provas da fuga dos seus tios, que até então estavam escondidas em seu porão. E segundo as evidências, os três conseguiram fugir, sendo que Clarence e John foram viver como fazendeiros no Brasil (por que eu não estou surpreso...).

Ken e David mostraram ao FBI cartões de natal que receberam depois da fuga, nos respectivos anos de 65,66 e 1968. Os cartões estavam assinados por seus tios. Os sobrinhos também mostraram algumas fotos de uma fazenda, e uma das fotos era de Clarence e John. Além disso, para sustentar as imagens, Ken e David também mostraram uma foto de uma reunião em família de 1992 quando Fred Grease, amigo de infância dos irmãos Anglin, os visitou após sair da prisão. Na foto aparece Fred sentado a uma mesa junto com toda família de Clarence e John, e ao lado de Fred um gravador. E na fita da gravação, a voz de Fred contava o que aconteceu.

Fred contou que quando eram crianças ele e os irmãos Anglin costumavam brincar no rio Alafia (Florida) com os barcos da região. Eles construíam jangadas improvisadas, amarravam uma corda no leme dos barcos, e deixavam que os barcos os rebocassem pelo rio. Paralelo a isso, Fred começou na vida do crime em 1946. Sua ficha criminal apontava roubo a mão armada e tráfico de drogas. Nos anos 60 e 70, Fred pertencia a uma quadrilha que trazia cocaína, haxixe e maconha da América do Sul e do Caribe para os Estados Unidos. E tinha conexões suficientes para ajudar na fuga, conseguir documentos com novas identidades, e inserir os irmãos Anglin no sul do continente.

Em 1976 Fred Grease foi preso e condenado a 15 anos de prisão. Um ano depois de sair em liberdade, Fred decidiu visitar a família dos irmãos Anglin para contar o que tinha acontecido.

Sendo assim, na noite da fuga, Frank Morris e os irmãos Anglin, ao contrário da teoria do FBI, não saíram da ilha pelo lado da ponte Golden Gate, mas sim pelas docas. Eles contornaram todo perímetro para evitar a única torre de vigia da ilha, se esconderam por debaixo do píer, e amarraram seu bote improvisado no leme de um dos três barcos que saíram da ilha naquela noite. Na metade do percurso, eles desamarraram o bote e nadaram até um barco que os esperava no meio da baía.

Robert Checchi (1958 – 1988) foi um jovem policial que contou ao FBI que na noite da fuga, enquanto ele fumava um cigarro no clube de iate San Francis, ele percebeu um barco branco para no meio da baía por trinta minutos, e que depois sumiu no horizonte. Inicialmente ele pensou se tratar de um barco de pesca, porém depois percebeu que o barco não tinha varas, tampouco movimento de pessoas pescando. E na época o FBI descartou esse depoimento por pensar que essa era uma informação irrelevante.

Em 1990 o agente Art Roderick recebeu um telefonema anônimo de uma pessoa que afirmava que os irmãos Anglin estavam vivendo no Brasil. Entretanto, Art explicou que devido à falta de recursos e de evidencias na época, não havia como ele verificar a informação.

Em 1979, Clint Eastwood contracenou o filme Alcatraz, fuga impossível que conta em detalhes todo processo de como os três prisioneiros fizeram para sair de suas celas e chegarem até a agua. Mas parece que agora, depois que os irmãos Widner decidiram revelar a verdade, Hollywood vai ter que produzir um novo filme com uma nova versão da estória.