As consultoras de estilo estão super em alta, e já não são exclusividade das classes mais abastadas – muita gente de classe média gasta em torno de três mil reais para receber coaching e descobrir seu próprio estilo e fórmulas para se vestir bem. Bom, cada um faz o que achar melhor com o seu dinheiro, mas será que o que realmente uma pessoa que se sente insegura com as próprias roupas precisa é gastar mais dinheiro com o assunto? Por que algumas pessoas conseguem se vestir bem com tanta naturalidade, utilizando muitas vezes recursos simples e peças já bastante usadas, e outras se queixam de não conseguir harmonizar as cores, modelos, etc? Mas afinal de contas, o que a gente precisa para se sentir a gente mesmo dentro das roupas que temos, compramos e usamos?

1. Como anda a sua relação com o seu corpo?

Antes de mais nada, você precisa entender o seu corpo e se gostar, do jeitinho que está. Não daqui seis meses, não com cinco quilos a menos, não depois da cirurgia plástica que vai aumentar os seus peitos. Hoje. O estilo pessoal nasce de um olhar realista para o próprio corpo, de entender proporções e, acima de tudo, aceitá-las. O mundo da moda hoje é extremamente amplo, tem opções para todos os biotipos – e se não achar nada do seu gosto, nada impede que você ouse, customize, crie, ou procure um costureiro, já que essas alternativas também estão em alta.

2. Quem são suas referências?

Depois que você entendeu a estrutura do seu corpo, já sabe quais partes dele favorecem sua silhueta, pense no que gostaria de valorizar – ou disfarçar – e o que gostaria que suas roupas e acessórios dissessem sobre você. Para ajuda-lo nesta tarefa, você pode buscar referências. Estas podem ser tanto estilistas ou marcas específicas que você curte, ou até mesmo pessoas que tenham o biotipo parecido com o seu, para que você tenha uma noção visual de como pode ser o caimento de certas peças num corpo com as mesmas características que o seu.

Isso também vale para cortes de cabelo, tatuagens, piercings, etc... Ter um banco de imagens de referências é tarefa básica de qualquer produtor ou consultor de moda, funciona como um guia de inspirações; portanto é uma técnica que pode te ajudar muito na hora de escolher quais peças usar, comprar – e de quais você deve desapegar também.

3. Você tem preguiça de provador?

Se a resposta é sim, sinto lhe informar, mas o provador é fundamental e pode ser um dos seus melhores amigos na hora de encontrar seu estilo. Muitas vezes você se apaixonará peças e acessórios tendência, mas não terá certeza se é a escolha certa para o seu corpo, ou seu estilo de vida. Como tirar a prova? Como o próprio nome já diz, no provador, é claro.

Para começar, se você ainda não se sente totalmente seguro para ir a lojas onde o vendedor te atende pelo nome, vá às lojas de departamento onde você pode ficar à vontade no provador por quanto tempo quiser. Preste atenção no caimento dos diferentes tecidos e cortes, e em como as cores reagem ao seu tom de pele, às suas formas e altura. Com o tempo, o domínio e a perspectiva que o provador te dá sobre o próprio corpo vão te fazer saber o que potencialmente ficará bom só de olhar a peça na arara ou no cabide.

4. Não era amor, era cilada

Não tenha vergonha de dizer que não para o vendedor se no final não ficar legal e tiver que sair da loja de mãos abanando. Não tenha pressa também. Para evitar a frustração e o mau humor, vá às lojas num dia no qual disponha de algum tempo livre, e vá com a mente tranquila, na medida do possível, para não se sentir pressionado a sair com itens dos quais não gosta ou não precisa.

O melhor jeito de fazer boas compras e não se deixar cair em ciladas consumistas, é saber exatamente o que está disposto a levar, tendo em mente a consciência corporal mencionada no item 1. Não rolou no provador? Não vai melhorar se você levar para casa, ajustar com um alfinete, dar um pontinho aqui e ali ou outros improvisos, a não ser, claro que sejam ajustes simples (como fazer a barra da calça). Quando entrar na loja, lembre-se que a sua personalidade tem que ser mais forte que a do vendedor (sempre sendo muito educado e paciente, é claro) afinal quem tem que gostar do item é você. Aprenda a fazer do vendedor seu parceiro na busca do que você realmente precisa ou quer, dando indicações precisas, sendo simpático e ao mesmo tempo honesto em relação às suas expectativas com o produto. Se comprar pela internet, roupas usadas ou novas, pergunte pelas medidas e características da peça e tenha uma fita métrica em casa (essa sim, é um acessório fundamental).

5. Estações não ditam moda

Não entre nessa loucura de achar que precisa renovar o seu guarda-roupa a cada três meses. Quando quiser ousar com alguma tendência nova, dê uma boa olhada no seu guarda roupa, veja se realmente não tem nada parecido de algum tempo atrás de que você pode lançar mão. Tente escolher suas peças pela qualidade e durabilidade, e evite comprar peças com propostas muito parecidas ou repetidas. Além de não ser ecológico, vai te deixar mais confuso na hora de montar seu look.

Ao adquirir uma peça nova, pense se ela continuará sendo útil para você daqui a algum tempo. Se a resposta for não, repense. Observe os materiais e qual modo de conservação adequado. Pense em suas roupas com carinho, elas não são descartáveis. Bons materiais, se lavados/mantidos com os cuidados certos renderão peças que não envelhecerão e não perderão suas características originais, e te deixarão lindo e elegante por anos a fio. Lembre-se, estilo não se compra, e nem se vende: é questão de personalidade e inteligência.