Engane-se quem pensa que cidades como Londres, Paris, ou até mesmo Nova Iorque são megacidades. Chongqing, situada no sudoeste da China é conhecida como ‘a mega cidade da qual nunca ouviu falar’, com uma população de 30 milhões de habitantes é a cidade com o crescimento mais rápido do mundo, cerca de 4.000 pessoas por semana.

Era uma cidade ‘esquecida’ na China devido à sua localização, no interior do país, e também devido à irregular paisagem onde está situada, no meio de montanhas e na junção de dois enormes rios, Yangzte e Jialing.

Tornou-se importante a partir de 1997 quando o governo chinês concedeu o nível de município à cidade, beneficiando toda a população do Oeste do país com oportunidades de trabalho e riqueza, que até então pouco lucrava da imponência das grandes cidades de Este, como Shanghai, Beijing, Hong Kong ou Shenzhen. A população jovem tem a oportunidade de adquirir novos conhecimentos e triunfar em vários sectores, especialmente no sector automóvel, visto que a cidade é conhecida pela indústria de manufacturação automóvel, mas também na indústria dos recursos naturais. A população idosa, continua a sobreviver da agricultura, cultivando em qualquer pequeno espaço onde ainda não foram construídos arranha-céus.

O desenvolvimento afectou em grande escala a paisagem urbana da cidade, os bairros antigos com casas pequenas, foram e continuam a ser destruídos, para dar lugar a blocos gigantes de cimento. O crescimento vertical é a única opção para alojar o massivo número de pessoas que entram na cidade para viver. Chongqing é casa também de algumas das maiores pontes do mundo, que na grande parte das cidades do mundo ocidental seriam considerados monumentos ou ‘landmarks’. Aí são apenas ferramentas do quotidiano para chegar rapidamente ao destino. A construção praticamente não pára, arranha-céus e novos aglomerados urbanísticos são construídos com a mesma rapidez com que um antigo bairro inteiro é destruído. Este facto afectou, em grande escala, a vida quotidiana dos residentes que já viviam aí muito antes da explosão demográfica que aconteceu.

Tim Franco, um fotógrafo parisiense, actualmente residente em Shanghai, considera-se um ‘crente na arte da documentação fotográfica’ e vários dos seus trabalhos tiveram destaque em publicações como o New York Times, Wall Street Journal, Newsweek, the Financial Times ou Le Monde. Passou os últimos 5 anos da sua vida a documentar a intensa mudança urbanística de Chongqing e como isso afectou e continua a afectar a vida dos locais e dos novos residentes. As fotografias estarão no seu quarto livro, Metamorpolis.