É fácil falar de Roma, das Maldivas, do Grand Canyon ou da beleza das cataratas sul-americanas. Nos Açores, encontra-se o prazer num simples mergulho!

Situado no meio do Oceano Atlântico, o arquipélago vulcânico de milhares de anos completa-se com a beleza de nove diferentes ilhas: São Miguel, Santa Maria, Pico, Faial, São Jorge, Graciosa, Terceira, Flores e Corvo. A uma distância de 1500 quilómetros do continente português, é como estar no paraíso da Terra - se é que ele existe noutro lugar.

A agricultura, com a excelência da carne e do leite, a par da pesca são as principais atividades praticadas na região e aquelas que têm um grande peso na economia local.

Com uma enorme ZEE - Zona Económica Exclusiva - é fácil perceber o poder do mar para os açorianos, o que ele transmite e o que proporciona a este conjunto de ilhas.

Rodeado de um mar profundo, o arquipélago possui montes submarinos de extrema importância, pois é lá que subsistem grandes diversidades de vida marinha que são relevantes não só para a atividade da pesca, mas também para a investigação científica e preservação biológica das espécies.

O clima húmido e as temperaturas amenas ao longo do ano contribuem para uma vegetação verde-luxuriante, quase imaculada, que contrasta com o azul do mar e com a sombra da pedra vulcânica, escura e negra, que talha as grandes encostas das diferentes ilhas.

O termalismo é característica fundamental destas ilhas encontradas. Água quente e férrea que emerge do solo com o propósito de “servir” e deslumbrar os olhares mais céticos e incógnitos.

Em que outro lugar do mundo se prepara uma refeição para ser cozinhada debaixo da terra? Sim! Literalmente debaixo da terra. O cozido das Furnas, um dos ex-libris de São Miguel (ilha que possui a única plantação de chá da Europa) é apreciado em grande escala. Preparado com base nas mais remotas tradições gastronómicas, o pitéu de carnes açorianas, batatas, toucinhos, vegetais e enchidos é confecionado ao longo de cinco horas pelo calor natural da atividade vulcânica. Trata-se de gastronomia de primeira com recurso à origem das ilhas!

As termas do Carapacho, na Graciosa, ou as da Ferraria, em São Miguel, são também ponto central para o relaxamento e bem-estar. Autênticos spa no meio da natureza!

O forte teor a enxofre das fumarolas faz-se também sentir no “teto” dos Açores, a mais alta montanha de Portugal, a montanha da ilha do Pico. Com uma altura de aproximadamente 2.300 metros, o cume faz as delícias dos aventureiros que encontram no cimo deste monumento natural um horizonte inesgotável de contemplação. Do ponto mais alto da montanha, o Pico Pequeno, com cerca de 70 metros, emanam fumarolas vulcânicas caracterizadas pelo imenso cheiro a enxofre, e é de lá que se avistam (com um céu limpo e claro) as restantes ilhas que completam o Grupo Central do arquipélago (Terceira, São Jorge, Graciosa e Faial).

Em São Jorge podemos apreciar as lindíssimas fajãs, terras baixas de difícil acesso, localizadas junto às encostas escarpadas desta ilha. Algumas delas com lagoas naturais que refletem como autênticos espelhos e que contribuem para a formação de um microclima muito próprio.

Nas Flores e no Corvo, as mais ocidentais das ilhas, separadas por apenas 15 milhas, as condições adversas, os ventos fortes e o clima instável são também parte da sua beleza. A fauna e flora quase intocáveis chegam aos olhos da maioria apenas por livros e revistas. Estar lá, em contemplação, é, de facto, um privilégio.

A gastronomia como parte da cultura é apreciada em todo o arquipélago, mas é na Terceira que talvez tenha maior evidência. A famosa Alcatra e as sopas do Espírito Santo estão associadas às festas tradicionais que animam a ilha durante todo o verão. Trata-se de celebrar a gastronomia e a tradição, que vê nas touradas à corda um dos marcos da sua cultura.

O Faial, sede do Parlamento açoriano, tem a marina mais popular do arquipélago. É ponto de partida e de chegada de inúmeros iatistas provenientes de todo o mundo, alguns deles em circum-navegação, que veem na ilha um ponto de referência e uma paragem obrigatória. Apreciar o por do sol com um fantástico gin-tónico é realmente divinal!

A “Ilha do Sol”, de areia branca, verões quentes e água cristalina é Santa Maria, a terra mais oriental do arquipélago. A primeira ilha a ser descoberta, no tempo dos Descobrimentos portugueses, consegue competir com os melhores destinos balneares do país, ao longo de todo o verão, graças ao clima temperado marítimo que é o mais seco e ameno de todo o arquipélago. A abundância de vida submarina proporciona aos amantes do mergulho e da pesca experiências inesquecíveis, sendo o mergulho com tubarões uma atividade recente que tem atraído um grande número de entusiastas.

Tanto para conhecer, para ver e, sobretudo, para sentir num pequeno lugar no meio do Atlântico. É, de facto, nos Açores que a natureza se transforma em liberdade e onde grandes poetas deram azo à sua imaginação.

Façam boa viagem!