Moda e tecnologia estão constantemente a evoluir e influenciar a sociedade em diversos aspectos. É fascinante imaginar como essas duas áreas poderão entrelaçar-se ainda mais nos próximos anos. Com a rápida evolução da tecnologia, a moda se verá cada vez mais envolvida nesse processo, trazendo novidades e possibilidades inovadoras para os consumidores.

A moda tecnológica será uma realidade comum no dia a dia das pessoas. Já podemos observar hoje a crescente tendência dos wearables, como relógios inteligentes e pulseiras fitness. No entanto, no futuro, esses dispositivos serão incorporados diretamente nas roupas, tornando-se mais discretos e confortáveis de usar. Será possível, por exemplo, controlar o aquecimento de uma jaqueta, alterar a cor de uma peça de roupa ou até mesmo projetar imagens na própria vestimenta.

Além disso, espera-se que a tecnologia tenha um papel importante na sustentabilidade da indústria da moda. Com os avanços na área de materiais e produção, será possível criar tecidos inteligentes capazes de se adaptarem às condições climáticas e às necessidades do usuário.

O Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT), nos Estados Unidos, criou recentemente a FibeRobo, a novidade é uma fibra programável que se adapta ao clima e pode mudar de formato automaticamente. Como explicou a instituição, a fibra torna-se mais isolante mantendo-o aquecido à medida que a temperatura cai, sem necessidade de acrescentar sensores ou componentes rígidos.

Com a sensação térmica oposta, o material realiza o movimento inverso, contraindo e adaptando-se à temperatura corporal. O segredo está no elastômero de cristal líquido (LCE), utilizado na fabricação do tecido inteligente.

Outra área em que a moda e a tecnologia se unirão será no ramo do comércio eletrónico. Com o avanço do varejo online e a popularização das compras virtuais, a experiência do consumidor se tornará mais personalizada e tecnológica. Por meio de realidade aumentada e inteligência artificial, será possível experimentar roupas virtualmente antes da compra, ter sugestões de peças baseadas no próprio estilo e até receber ajuda de assistentes virtuais para a montagem de looks.

O LCE é composto por cristais líquidos, uma série de moléculas capazes de fluir e também de se acumular em um arranjo cristalino periódico. Este material foi incorporado em uma rede de elastómero, conhecido pela elasticidade.

Já se fala também em fibras digitais com recursos programáveis, capazes de adicionar sua playlist preferida ou monitorar o seu desempenho físico.

Segundo cientistas do MIT, nos Estados Unidos, a fibra pode ser costurada em tecidos comuns e lavada por pelo menos 10 vezes sem quebrar ou perder a capacidade de registar informações que podem ser usadas em avaliações físicas, interferências médicas e até na deteção de doenças no estágio inicial.

Esta nova fibra programável foi desenvolvida com a ajuda de centenas de microchips digitais de silicone colocados em um molde para criar uma camada de polímero fina e flexível, que pode ser usada como uma linha comum estreita o suficiente para passar pelo buraco de uma agulha.

De forma a controlar o fluxo do polímero, os pesquisadores conseguiram criar uma fibra com conexões elétricas contínuas entre os chips ao longo de vários metros, sem perder as propriedades energéticas necessárias para a transmissão de dados.

Durante testes em laboratório, os cientistas conseguiram escrever, armazenar e ler informações na fibra digital. A fibra comportou um vídeo de curta-metragem colorido de 767 kilobits e um arquivo de música contendo 0,48 megabits na memória do tecido.

O futuro da moda e tecnologia em 2024 promete ser repleto de inovação e criatividade. A integração dessas duas áreas proporcionará uma experiência única para os consumidores, trazendo benefícios tanto em termos de estilo e conforto, como em sustentabilidade e praticidade. As possibilidades são infinitas e cabe aos profissionais dessa indústria explorarem esse potencial, adaptando-se às demandas e expectativas do público.