Poder, sensualidade, seriedade, dinamismo, criatividade, conservadorismo, fluidez, romantismo, luto, elegância…

A lista de mensagens a serem transmitidas a partir do estilo pessoal é grande.

É também uma forma de inteligência saber usar a apresentação pessoal a seu favor.

Não podemos levar como irrefutável a frase de conhecimento popular “a primeira impressão é a que fica” porque aprendemos a não “julgar um livro pela capa”. As pessoas têm muito mais a oferecer do que apenas a sua imagem, mas é inegável o poder de expressão de um visual marcante.

Assim como a nossa linguagem corporal pode dar indícios do que estamos sentindo, a forma de nos apresentarmos também diz muito – só não usa as palavras.

O estilo pessoal trabalhado muitas vezes com a consultoria de imagem, leva em conta não só as características físicas da pessoa – como altura, formato do rosto e contraste entre cabelo e pele – mas também os objetivos e preferências do indivíduo.

Uma pessoa pode ter o objetivo de parecer mais elegante, ou mais séria, ou mesmo mais criativa por trabalhar com inovação, por exemplo, e usar suas roupas e acessórios para isso.

A ideia é unir o que fica bem na pessoa e destacar seus pontos fortes com o que ela gosta e a deixa confortável.

Além de ser usada como marca pessoal e forma de comunicação contínua, o investimento em autoconhecimento de estilo rende bons frutos para ocasiões pontuais, como conhecer alguém pela primeira vez, fechar um contrato, participar de uma entrevista de emprego e ir a um evento grande.

É normal que ocasiões que nos proporcionam visibilidade, ou às quais pessoas nos verão pela primeira vez, gerem insegurança e até desconforto.

Driblar essa vulnerabilidade e saber como explorar a melhor versão de si mesmo é poderoso e também faz parte de um processo de posicionamento.

Diminuindo as inseguranças em momentos desafiadores, estejam elas relacionadas ao visual, à comunicação ou a outros aspectos, temos mais energia para nos preocupar com possíveis imprevistos, oportunidades e resoluções.

Para passar uma mensagem usando a moda, não levamos em conta apenas uma peça, mas, as sensações causadas pela cor, estampa, estrutura, tecido e até o caimento no corpo. Tudo isso, imagéticamente, nos faz associar a figura da pessoa a uma série de informações que já registramos ao longo da vida.

Looks monocromáticos, por exemplo, são símbolos da elegância, porque automaticamente temos a sensação de harmonia predominando no cérebro, precisamos assimilar menos informações e fazer menos conexões para encontrar um sentido em peças da mesma cor – lembrando que isso tudo é feito de forma automática pelo cérebro, sem juízo de valor intencional.

Em um cenário oposto, quando vemos muitas cores, tons vibrantes e muitas formas em um mesmo look, nosso cérebro está tentando assimilar todas as conexões possíveis, acelerando o ritmo do raciocínio e nos deixando mais próximos do estágio de criatividade.

Nosso cérebro está o tempo todo fazendo previsões. O objetivo é que saibamos o que esperar e como agir para o que vem em sequência, a fim de poupar energia.

Para fazer essas previsões usamos a nossa memória e o nosso repertório de conteúdo consumido ao longo da vida.

Eu tenho uma mãe psicóloga. A admiração pela profissão caminha comigo desde muito cedo por ver em casa o que o estudo da mente humana é capaz de fazer.

Uma das muitas missões da minha mãe com essa profissão foi dar aula de psicologia dentro de um curso de moda. Desde pequena entendi que essa indústria vai além do que se vê. A moda também está no que não é dito, mas no que é sentido, esperado, projetado, cultivado e ansiado.

Reduzir a apresentação pessoal de um indivíduo ou mesmo o interesse das pessoas no assunto a uma questão puramente estética é negligenciar um grande recurso neurocientífico sobre a interação humana.