Se um conhecido chegar até você falando que vai construir uma máquina capaz de flutuar no ar com ele dentro, acredito que o primeiro pensamento que passaria pela sua cabeça seria "doido". Se existisse uma máquina do tempo que pudesse voltar há alguns séculos atrás e você falasse para a sociedade da época que tem um equipamento capaz de escutar a voz de uma pessoa que está em outro lado do mundo, provavelmente você seria acusado de bruxaria. Agora, imagine diversos inventores em sua época quando não tinham nem uma referência para se basear quando começaram seus respectivos projetos. Quantas críticas receberam? Quantas vezes foram chamados de "doidos" ou algo parecido? Muitas vezes, por não ter referências, por achar que não vai dar certo ou até mesmo por pensar "o que os outros achariam sobre isso", desistimos de fazer algo que nos agrada, que nos faz bem, de vivermos da forma que acharmos melhor. Tem uma frase cuja autoria desconheço que diz: "Noé parecia um idiota até o dia que choveu". Acredito que essa frase expressa bem quando estamos focados em nossos projetos e em nossas ambições, nesse momento, podemos ter algumas atitudes que parecem não ser o nosso habitual ou podem parecer inconsequentes aos olhos dos outros, mas as pessoas não precisam saber do processo. Durante o processo, acham que você está estranho, que se afastou, as más línguas podem até falar que você está com o ego muito alto, mas eles não sabem do processo que está acontecendo com você, tenho certeza de que eles verão o resultado.

A maioria das pessoas não está habituada ao novo, ao inovador, ao que mude suas perspectivas, por isso muitas vezes é mais fácil criticar suas atitudes. Outras pessoas criticam pela coragem que lhes falta para fazer. Com isso, vem o questionamento de quantas vezes deixamos de fazer algo ou nos questionamos sobre o que os outros estão pensando sobre nossas atitudes. Muitas vezes aguentamos algumas situações ou relações tóxicas por isso.

Hoje, há uma ilusão de que vivemos livres. Muitos não percebem, mas vivemos uma servidão voluntária; nós somos servos da opinião dos outros, do status social e principalmente das redes sociais. O termo "servidão voluntária" foi dito por Étienne de La Boétie há cinco séculos atrás em seu discurso quando propôs que quando existe falta de liberdade, nem sempre foi feito por meio da coesão. Trago o termo para a sociedade atual, principalmente se tratando das redes sociais, quando somos bombardeados de posts sobre determinados assuntos, e nós nos submetemos a situações muitas vezes fora do nosso habitual somente para se sentir integrado a certas convenções sociais. Quando temos a atitude de não postar fotos em nossa própria rede social por vergonha, quando deixamos de fazer algo que nos agrada pelo que os outros vão pensar ou falar e, consequentemente, postamos o que todo mundo está postando e agimos da mesma forma que eles, pois terá uma aceitação melhor das pessoas, nesse exato momento estamos nos tornando dependentes de correntes sociais que ditam o que será postado e qual atitude teremos, e nós perdemos a liberdade de sermos nós mesmos para sermos prisioneiros das opiniões alheias.

O filósofo Baruch Spinoza dizia que só há liberdade se nossa vida for produzida por nós mesmos. Analisando a fala desse pensador, podemos constatar que nos dias atuais não somos totalmente livres, pois muitas vezes nós não produzimos o que queremos viver. Em diversas ocasiões, vivemos baseados no que os outros estão vivendo e postando nas redes sociais. Nós vivemos nossas vidas, mas não produzimos o que vivemos, por diversas vezes, nós nos baseamos pela felicidade alheia. Uma frase atribuída ao filósofo Spinoza diz: "O máximo de liberdade que o ser humano pode desejar é escolher a prisão na qual quer viver." Refletindo sobre essa frase, te faço o questionamento: Qual prisão você quer viver?

O autor Augusto Cury tem uma frase que deveríamos refletir durante nossa vida. A frase diz: "Desejo que você não tenha medo da vida, tenha medo de não vivê-la." Eu desejo a você que viva sua vida da forma que achar melhor sem se prender a convenções sociais ou opiniões alheias, faça o que te faz feliz e seja feliz. Temos uma vida muito curta para não aproveitarmos. Seja feliz!