José Osvaldo Martins
Colabora no Meer desde setembro de 2023
José Osvaldo Martins

Graduado em Jornalismo e pós-graduado em Ensino Lúdico, além de contar com inúmeras extensões e cursos, ainda acha que a maior escola é a vida. Por isso não esperem aqui um monte de siglas indecifráveis e menções a títulos para ostentar, como muitos adoram fazer.

Nascido em São Paulo, é descendente de uma família migrante do nordeste do Brasil, que há mais de 60 anos fugia de uma grave seca e epidemia entre os animais de criação, sertanejos esses que viriam assim a parar na grande cidade, forasteiros simples, mas que guardavam em si um grande senso ético ao mesmo que um desejo declarado de ter seu lugar ao mundo. Como é natural, estes caipiras ao chegar logo se miscigenariam a outros habitantes, paulistas ou advindos de outros lugares, dando continuidade a essa imensa experiência material-espiritual que é a jornada humana. Por isso se considera um mestiço, como todo brasileiro deveria se reconhecer.

Já exerceu diversas atividades; entre outras foi cabista telefônico, servente de pedreiro, carregador, artesão, entregador, figurante de novelas, ajudante de mágico, contrarregra, balconista de padaria e outros. Também é ator amador e marceneiro autodidata.

Adquiriu o gosto pelo conhecimento, quando ainda muito jovem, 7 anos, um de seus irmãos para estimular sua alfabetização o apresentou as histórias da Turma da Mônica e a revista Super Interessante. Aos 11 anos achou um livro perdido em casa "A Revolução dos Bichos" o qual leu e entendeu perfeitamente a essência. A mensagem do livro, diferente do que tentam disseminar os dominantes, não é sobre uma competição de sistemas político-sociais, mas sim da substituição de antigos exploradores por novos, a troca dos velhos dominadores por outros, a gana natural pelo poder a que todos estão sujeitos, a essência da mensagem é que no fim em toda revolução só se trocam os velhos reis por novos reis, e o sistema de dominação e exploração é o que sempre permanece. Ao perceber isso ainda em tenra idade, as portas de sua mente se abrem e sua curiosidade por qual seria o sentido da vida humana só aumentaria.

Mas mais ou menos na mesma época, começo da adolescência, gradualmente perderia o interesse pelo modo engessado da escola formal, vendo várias falhas neste sistema. Foi então retido duas vezes, e cabula aulas para se esconder em bibliotecas, assim adensa sua leitura consumindo tudo que vê pela frente, procurando uma forma de pensar livre. Por outro lado, flerta com a vadiagem e é visto como um rebelde sem causa. Mesmo assim é amigo de muitos professores. Nessa fase, se sentindo um estranho no ninho e causando problemas apenas para se divertir, com algum intervalo de tempo, é "convidado" a se retirar de duas escolas. Desiludido com um ensino hipócrita e incoerente, abandona a escola para trabalhar. Depois de muitas aventuras profissionais, afinal se rende e termina os estudos regulares no Supletivo.

Devido a sua condição social que não era privilegiada e depois de muito trabalhar ganhando pouco, resolve enfim que para melhorar deve se adequar ao sistema para então ter voz neste, estuda por conta própria e conquista bolsa integral pelo Programa Universidade Para Todos (ProUni) do governo, termina a graduação com louvor, mas ainda acha pouco, vai então seguir estudando, paga de seu bolso uma especialização e conclui. Pegando gosto, passa a estudar de forma autônoma todos os assuntos possíveis e é adepto do autodidatismo e da educação continuada.

Atualmente trabalha em uma instituição de serviço social e lazer reconhecida mundialmente como empregado formal, pois é preciso pagar as contas. No tempo que resta, entre outras coisas, escreve para diversos veículos sobre temas variados.

É ainda pai; educador na comunidade; e andoativista que nada mais é do que o ato de lutar por condições melhores para quem prefere andar a pé nestas cidades insanas que priorizam totalmente os carros.

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