Estamos a assistir das nossas janelas e varandas ao renascer do Verde do planeta Terra e enquanto o Planeta respira fundo e livremente, muitos de nós, os mortais, aguardam por ventiladores! Note-se que a primeira figura de estilo a que assistimos é a personificação e é perversa!

Entretanto e porque estamos em casa, não nos mexemos muito e os prazeres do mundo estão a ser negados…o que fazemos?

Comemos! Exageradamente….A obesidade vai passar a ser gigante!

Esta é a segunda figura de estilo: a hipérbole, que neste caso, vai contra os padrões de beleza sociais!

E a vida corre lá fora enquanto anda muito lentamente cá dentro! A ânsia de calçar os sapatos de sair à rua é enorme e dar a volta ao quarteirão é uma viagem fantástica!

Terceira figura de estilo: sinédoque! Ah, sim! Tome-se a parte pelo todo! Façamos de conta que ver a árvore é passear no Bosque e avistar o mar são férias de praia! Sim, sabe a pouco mas tem que ser!

Porém, se a grande figura de estilo da Vida é a comparação; agora ela assume um papel verdadeiramente preponderante na vida de casa e na vida televisiva! Veja-se:

Em casa os membros do casal comparam os cozinhados, o que arruma melhor a cozinha, o que faz melhor a cama e a discussão instala-se…os irmãos têm agora mais tempo para se verem ao espelho e compararem os tamanhos, altura e outros…e o pior é quando se vê com atenção o saldo das contas bancárias e se começa a comparar com o que era dantes!!!!

Já na televisão, diariamente, os jornalistas e comentadores comparam gráficos, estatísticas e orçamentos….

Conclusões? Poucas! Especulações? Mais do que nunca…sobretudo no que diz respeito ao número de falecimentos; com este vírus à solta há muita gente a preferir morrer em casa; já agora, haja alguma dignidade…pois a figura de estilo eufemismo não faz parte da linguagem desta pandemia!

Não se pode dizer o mesmo da antítese, que é abundante entre o Antes e o Agora. Os nossos comportamentos são água do vinho!

Deixei para o fim a figura de estilo de que gosto mais e que está muito presente no que apelidamos de “Expressões idiomáticas do português”: a metáfora.

E, para já, os efeitos desta pandemia são:

Ficar com os cabelos em pé; os cabeleireiros e barbeiros têm estado fechados!

Ficar com os nervos em franja! Não relaxamos, não podemos ir ao ginásio ou ter um chá das Tias e ser cusca por um dia!!!

O melhor é andar nas nuvens e sonhar com um mundo Novo, uma Vida nova e uma oportunidade para Mudar!

Afinal, como dizia o poeta:

O sonho comanda a vida!