Arquétipo é um conceito utilizado pelo psiquiatra suíço C. G. Jung, criador da Psicologia Analítica. É um termo utilizado para representar padrões de comportamento associados a um personagem ou papel social, sendo um conjunto de representações que existem no nosso inconsciente coletivo.

Desde o nosso nascimento, entramos em contato com figuras e símbolos que nós cultivamos a partir de experiências repetitivas, que nem sempre são vivenciadas somente por nós indivíduos, mas também por outras pessoas em épocas distintas, que ficam armazenadas no que chamamos de inconsciente coletivo, e que são usadas por nós para explicar histórias e vivências.

O arquétipo do xamã possui qualidades especificas que até os dias de hoje são utilizadas em atividades, muitas vezes de maneira inconsciente, principalmente por pessoas intuitivas e sensitivas. A maior parte dessas pessoas não tem o conhecimento de que são qualidades xamânicas, e que as atividades consideradas como práticas xamânicas podem fazer parte do nosso dia a dia. Uma das principais qualidades utilizada pelo xamã é a sua aguçada capacidade de reconhecer e trazer ao consciente o que temos no coração e dar significado e atenção a esse conteúdo, ou dizendo de maneira simples: ouvir a voz do coração e não somente a da razão.

Também consideramos como aquele nosso lado que se aventura na descoberta de querer aprender a sentir e a interagir com a energia sutil da natureza, que é carregada de magia. Podemos nos conectar com a natureza de maneira inconsciente, de várias formas, como em um momento que estamos nervosos e de cabeça cheia, e precisamos caminhar ou sair dirigindo para se acalmar. Com esse tipo de atividade nos conectamos com o elemento ar, que alivia e auxilia na organização dos pensamentos e das ideias, sendo considerada uma excelente prática xamânica para quando queremos ter novos pensamentos e aguçar nossa criatividade e, ao mesmo tempo, nos reconectar com a natureza.

Qual seria o seu grau de conexão com a natureza? Como entrar em contato com o nosso xamã interior? São perguntas para as quais procuramos respostas muitas vezes e não encontramos, porque buscamos na complexidade da vida e não nas coisas simples que vivenciamos, que podem estar tão próximas de nós.

Despertar o nosso xamã interno é acessar em nós a qualidade e as experiências do amor e do sucesso em nossas atividades diárias. Todos nós, em algum momento da vida, recebemos um chamado de voltar para a conexão com a natureza, porque é uma necessidade básica da nossa essência divina.

A Psicologia Analítica e muitos teóricos, como Wilhelm Reich, defendem que somos formados e alinhados por corpo-mente-espírito, e é através dessa tríade que alcançamos o nosso equilíbrio e controlamos nossas ansiedades diárias. É entrarmos numa jornada de atividades diárias de exercícios físicos, como um simples caminhar (corpo), atividades como análise clínica ou terapias alternativas (mente) e alimentar nossa espiritualidade, que pode ser através de orações, religião ou meditação (espírito). Essas atividades devem ser praticadas por toda a vida em direção à totalidade do nosso ser e existência. Podemos praticá-las sozinhos ou acompanhados de um profissional.

Para C. G. Jung, os arquétipos são fatores fundamentais que, em seu movimento, quando organizados na psique humana, vão auxiliando no equilíbrio emocional para cumprirmos de maneira mais efetiva nossas atividades e lidarmos com as intempéries da vida cotidiana. Se manifestam na psique, se estruturando em imagens simbólicas, sendo reconhecidos pelos efeitos que produzem a cada um, de maneira individual.

Essas imagens, muitas vezes, ficam em nossa mente de maneira perturbadora, por isso a necessidade das atividades e da análise para organizá-las de maneira saudável.

As imagens arquetípicas podem seguir em um caso especial psíquico o padrão de comportamento vivenciado por nossos ancestrais ou adquiridos no decorrer de nossa vida social, por isso a necessidade de nos conciliarmos com o nosso xamã interno ou o nosso curador ferido, que empresta a todos os seres vivos seu tipo específico, para obter sua cura.

O arquétipo do xamã, ou arquétipo do curador, em sua totalidade, é uma junção de dois mundos: real e da fantasia, que nos proporciona novas possibilidades e novos caminhos, através de uma significativa simbologia para a busca interior.