Foi através da minha mãe o meu primeiro contato com a série Sex and The City. Ela achava divertido assistir às quatro amigas perambulando por Nova York com baguetes de luxo e desilusões amorosas.

Ela assistiu ao seriado completo e mais tarde, quando eu já tinha idade para a temática, assistimos juntas ao filme.

Diferente da minha mãe, eu não comecei pelos episódios curtos e modestos que começaram a ser gravados ainda nos anos 1990. Comecei pelo filme, pelo drama, roupas enormes, pássaro na cabeça, noiva deixada no altar e tudo. E ali eu me apaixonei.

Apesar da minha pouca idade – eu devia ter uns 18 anos – e da narrativa ser sobre mulheres adultas vivendo seus 40 anos, eu me encantei.

A série desenvolveu, ao longo dos anos, uma relação forte com a moda, acredito inclusive, que essa tenha sido uma das maiores características que me fizeram gostar da história de Carrie, Miranda, Samantha e Charlotte.

Mas antes das roupas, sapatos e bolsas (baguetes), eu fui tomada pela amizade das quatro mulheres. Eu quis fazer parte de um grupo daquele.

Obviamente, depois do filme, maratonei a série.

Quatro adultas, no auge dos seus 30 anos, vivendo em Nova York e compartilhando suas histórias em busca de amor, conquistas e sonhos.

Apesar de inúmeras decisões duvidosas e problemáticas que hoje se fazem mais claras do que na época, foi bom para a Giovanna jovem adulta ver que mesmo aos 30 anos nem tudo precisava estar no lugar.

Mesmo aos 30, 40, 50 está tudo bem não ter “resolvido” tudo dentro do pacote vida que nos é imposto desde muito cedo: casamento, casa, filhos, cachorros e emprego dos sonhos.

O que amarra perfeitamente o enredo dos episódios, para mim, é a amizade das personagens. Quatro mulheres completamente diferentes, com históricos, preferências, comportamentos, profissões, aspirações e estilos diversos, mas que no fim estavam ali uma pela outra.

Eu lembro de querer um grupo de amigas daquele: juntas independente de qualquer coisa.

Mas enfim, chegamos a parte boa: a moda

Eu sou jornalista e também escrevo sobre moda. Qual a chance dessa série não ter formado o meu caráter?!

Conheci muitas marcas através de Sex and The City e o impacto não foi só comigo, Sex and The City também mexeu com o mundo da moda.

De acordo com Carlo D’Amario, sócio de Vivienne Westwood, o faturamento da marca cresceu 20% em 2008, ano em que o filme foi lançado.

Para os que não lembram ou não viram o filme (como assim?), Carrie, finalmente, está de casamento marcado com o amor da sua vida – e protagonista de várias idas e vindas durante o seriado – .

Após uma sessão de fotos de noivas para a revista Vogue, a personagem ganha um Vivienne Westwood. O vestido é suntuoso e, apesar do destino meio trágico, também conquistou o coração de outros telespectadores a ponto de aumentar as vendas da marca.

Outras maisons também expandiram seu posicionamento no mercado por fazerem parte do mundo de Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte.

Manolo Blahnik, Pucci, Louis Vuitton, Dior, Chanel, Fendi…

Marcas que não precisam de muita exposição para aumentarem seu faturamento, até porque grande parte dos amantes do seriado não é seu público alvo.

Mas que ainda sim, beneficiaram-se da série para reforçarem ainda mais o status de sonho de consumo e desejo no mercado da moda.

Em 2021, a série voltou com as mesmas personagens (quase todas) e novos recortes que abordam a diversidade, empoderamento, etarismo, luto e outros.

Apesar de dividir opiniões por conta do novo posicionamento –necessário, na minha opinião – a moda continua sendo uma das personagens principais.

Vale conferir!