À medida que a nossa consciência se expande, isto é, aquele momento que na amplitude do ser aspiramos adentrar searas mais profundas da nossa existência, quando caem os véus de tudo aquilo que mesmo sabendo, ignoramos: aquilo que não queremos ver, mas não podemos mais esconder de nós mesmos, descortina-se a frente da mente virtuosa, os desígnios das suas ações e reações, durante o caminho do expandir-se para além do que sabemos e sobretudo, do que não sabemos. Isto vai de pequeninos vícios equivocados, a grandes mudanças necessárias e negligenciadas. De certo, ocultas por vidas, ainda que numa só.

O universo da consciência é expansivo e misterioso, desbravador e criativo. Livre e libertador, inteiro na unidade, graças ao Criador. Assim, vai sendo necessário para o ser criativo vivente em nós, novos e atualizados impulsos, originários do imponderável plano de acontecimentos íntimos, ocultos, inéditos para quem os vivem, e reveladores nos caminhos daqueles que já querem saber o que são além do corpo, e o que vieram fazer por aqui. Não somente as necessárias profissões, contudo, ainda mais, as missões do espírito, ou o dito Eu superior.

Através dela, deixamos de viver no modo automático, abrindo nossos olhos para entender a fundo sentimentos, emoções e reações que eles geram nos nossos pensamentos e comportamentos.

A dança, como arte da expressão não verbalizada, é uma ferramenta potente de comunicação subjetiva, com os variados graus da consciência em processos expansivos. Mover-se por entre os ritmos da alma e suas variáveis emocionais, vai nos trazendo a consciência destes fenómenos no corpo e na mente, e consequentemente vai nos tornando capazes de aprofundar ainda mais nos sentimentos, emoções e pensamentos automatizados, isto é, cristalizados em nossos modos operandis. Já como ciência, a dança se aproxima da teologia, na parceria criativa dos estudos sobre Deus, ou a consciência em nós.

Somente em estado de expansão intuitiva e união mental, abertura e entrega na largura do ser, compreensão do coração almado, a qualidade de presença da alma, podemos compartilhar das verdades ancestrais e universais que nos são trazidas, traduzidas, reveladas, processos e provas do caminho, atravessadas em conexão com a subjetividade imaterial e transmitidas na arte ritual do fazer consciente, expandindo o campo de atuação, instruindo o artista genuíno com enigmas e surpresas próprias da Criação. Entendendo esse processo de sintonia fina, como atos do criar, em consonância com estados de consciência evolutivos, nos facilita o processo de expansão, e que possamos nos tornar, a própria Divindade.

Suas instruções estão dirigidas àqueles seres que já trabalham juntos num corpo grupal, que já saíram da etapa do individualizado eu pequeno, para a expansividade universal da Divindade, dançando em consonância com a dança cósmica para auxiliar a consciência dos atraídos em campo, a expandir os limites das suas existências através da arte com ciência. Dance. Deus é a Dança. A fala é a teologia. A experiência vivida não pode ser descrita apenas com as palavras. O estado de consciência é uma relação sua com o universo, sem tradutor, então dance. Mova, crie sua própria linguagem de comunicação com ele. Como é que você fala com Deus?

A magia de penetrar realidades internas, sensíveis, ocultas e naturalmente expansivas, amplia a nossa noção de self e nos sentimos como parte de tudo o que está ao nosso redor, sem divisão ou fronteiras. Se a vida pudesse ser vivenciada numa consciência expandida, com atenção plena e integrada ao mover do cosmos, você, um microcosmo, como seria? Não se baseie em conceitos meramente científicos e concretos, do contrário, tangecie a linha que te separa dos seus sonhos, das infindas possibilidades de criação, portanto da magnificiência do criar, e adentre por vias sutis, nos anseios e vontades da alma que vive no corpo, na eterna busca dos mistérios universais.

Um trabalho dessa ordem, não pode prender-se a formas estanques. Ampla é a perspectiva que se abre, aos que ousam ingressar na magia da arte, na ciência do criar, resultado dessa experiência de sintonia com a criação. Resgatam os segredos milenares da ancestralidade terrena, tanto quanto da espiritualidade celeste, sobretudo, partilhando do caminho, a misteriosa estrada trilhada, em busca de si mesmas e seus afins, finalmente, porque agora ou depois, poderemos acessar o viver plenamente, sem medos do oculto, assimilando a sombra como consequência da luz. Assimilando a vida como consequência da criação.

O serviço por ele prestado, em quaisquer das situações, é permeá-la com as energias sutis que encontramos nos mais elevados patamares do nosso ser criativo. Da vontade genuína à manifestação humana, independente do espírito estar agindo por um corpo ou não. Deus está aí.