Uma atividade simples e acessível, como a caminhada, tem demonstrado consistentemente benefícios para a saúde física, social e mental, incluindo a proteção cardiovascular e a redução do risco de morte prematura. Estudos recentes têm explorado a conexão entre a velocidade de caminhada e vários resultados de saúde, como a melhora da função pulmonar, a promoção da saúde mental e a prevenção de condições crônicas. Esse interesse recente tem se concentrado especialmente no impacto da velocidade de caminhada no risco de desenvolver Diabetes Tipo 2 (DT2). Este artigo explora as descobertas de uma revisão sistemática conduzida por pesquisadores da Universidade de Ciências Médicas de Semnan, no Irã, lançando luz sobre a relação entre a velocidade de caminhada e o risco de DT2.

O estudo

A revisão sistemática abrangeu 10 estudos de coorte, realizados nos Estados Unidos, Japão e Reino Unido, envolvendo 18.410 adultos. Os participantes foram acompanhados por períodos variados, variando de 3 a 11,1 anos, com o período médio de acompanhamento sendo 8 anos. O estudo visava investigar a associação entre diferentes velocidades de caminhada e o risco de desenvolver Diabetes Tipo 2.

Categorias de velocidade de caminhada

Os pesquisadores categorizaram a velocidade de caminhada em quatro níveis: fácil ou casual (< 2 mph ou 3,2 km/h), média ou normal (2-3 mph ou 3,2-4,8 km/h), bastante vigorosa (3-4 mph ou 4,8-6,4 km/h) e muito vigorosa ou a passos largos (> 4 mph ou > 6,4 km/h). As descobertas revelaram insights convincentes sobre a relação entre a velocidade de caminhada e o risco de DT2.

Resultados

Participantes com velocidade de caminhada média ou normal tiveram um risco 15% menor de DT2 em comparação com aqueles que caminhavam de forma fácil ou casual. Além disso, indivíduos que praticavam caminhada bastante vigorosa apresentaram um risco 24% menor de DT2 do que seus homólogos que caminhavam de forma fácil ou casual. A análise de dose-resposta indicou que o risco de DT2 diminuiu significativamente a uma velocidade de caminhada de 4 km/h e acima.

Implicações para a prevenção do diabetes tipo 2

Os resultados do estudo sugerem que não apenas caminhar é um componente essencial dos programas de prevenção de DT2, mas também que a velocidade com que se caminha pode desempenhar um papel crucial. Enquanto os benefícios do aumento do tempo total de caminhada são reconhecidos, incentivar as pessoas a caminhar em ritmo mais acelerado pode potencialmente aprimorar as vantagens gerais para a saúde da caminhada.

Limitações do estudo

Apesar das forças da meta-análise, incluindo o uso de estudos de coorte para estabelecer uma sequência temporal de exposição e resultado, há limitações a serem consideradas. O viés de causalidade reversa pode influenciar os resultados, pois indivíduos com velocidades de caminhada mais rápidas podem estar mais propensos a realizar mais atividade física e possuir melhor saúde geral.

Em conclusão, caminhar de forma vigorosa e a passos largos, independentemente do volume total de atividade física ou do tempo diário de caminhada, demonstrou estar relacionado com um menor risco de Diabetes tipo 2 em adultos. Essas descobertas destacam a importância não apenas de promover o aumento do tempo de caminhada, mas também de enfatizar a relevância de caminhar em ritmo mais acelerado para aprimorar os benefícios gerais para a saúde. Nesse sentido, é crucial integrar essa abordagem na promoção de estilos de vida saudáveis, considerando que o estímulo à velocidade durante a caminhada pode desempenhar um papel significativo na prevenção de doenças metabólicas. À medida que continuamos a priorizar a atividade física em estratégias de prevenção do Diabetes, incorporar o elemento da velocidade de caminhada pode contribuir para intervenções mais direcionadas e eficazes, promovendo uma abordagem holística e personalizada à saúde.